Bruno Lage: "Rio Ave não desiste, como se viu com o FC Porto"

Treinador do Benfica espera um jogo muito difícil em Vila do Conde.

Bruno Lage, treinador do Benfica · Lusa

O treinador do Benfica, Bruno Lage, disse esperar um jogo muito difícil frente ao Rio Ave, deixando elogios à equipa vilacondense que empatou com o FC Porto em casa, depois de ter estado a perder por 2-0.

"É um adversário muito competente, muito bem orientado. O Daniel tem uma carreira que fala por si, com um conjunto muito organizado, com excelentes valores individuais. Vai ser um jogo muito difícil. Para além de ser organizado, o Rio Ave não desiste, como se viu frente ao FC Porto. Tem uma enorme determinação, e por isso antecipo um jogo difícil. É mais uma final. Temos de estar no nosso melhor", afirmou Bruno Lage.

O técnico setubalense reiterou ainda que o Benfica não vive qualquer clima de euforia apesar de liderar o campeonato quando faltam duas jornadas.

"Aqui não há festa alguma, nem dos meus 43 anos", atirou.

Maior perigo do Rio Ave: “O periogo é o coletivo. Tem três avançados, que qualquer um deles pode criar situações de finalização. Dois centrais fortes na construção. Dois laterais que sobem em profundidade, um guarda-redes que joga muito bem com os pés… É uma equipa que dá gosto ver jogar e tem muito conteúdo. Claramente é uma equipa com enorme qualidade”.

Adversário: "Vamos defrontar um adversário muito competente, muito bem orientado. É uma equipa muito bem organizada, com excelentes valores individuais e vai ser um jogo muito difícil. Também são uma equipa que não desiste, viu-se no jogo contra o FC Porto: a perder 2-0 conseguiram o empate. Temos ambição de vencer e temos de dar o nosso melhor."

Trabalho: "Acredito sempre no nosso trabalho e no nosso dia a dia. É assim que temos de estar na vida, que é feito de momentos muito bons, de momentos muito maus. Quando as coisas resultam bem e as coisas correm bem, claro que ficamos mais confiantes. O meu foco é naquilo que me vai acontecendo diariamente."

Maior perigo do Rio Ave: "O perigo vem do coletivo. Têm três avançados mais um homem que joga por trás e qualquer um pode criar situações de finalização. Dois médios muito experientes, que organizam muito bem o jogo. Dois centrais muito fortes na construção. Dois laterais que sobem em profundidade e um guarda-redes que joga muito bem com os pés. Vêm de uma fase muito positiva e têm uma qualidade enorme."

Nervosismo dos mais jovens?: "Não senti nervosismo, o que correu mal na primeira parte com o Portimonense é fruto da competência do adversário. Os mais novos da nossa equipa, o Ferro e o Florentino, estão habituados aos grandes jogos... Jogam fases finais desde os 15 anos, já disputaram finais pela seleção portuguesa, jogaram a Youth League. São jogadores habituados a estas fases e a jogar para ganhar. Não vejo as coisas por aí, vejo sim a competência do Portimonense, que nos colocou as dificuldades que vocês viram."

Na próxima vez que entrar no Seixal poderá ser já com o título de campeão. Como vê essa possibilidade? "Aqui não há festa alguma, nem dos meus 43 anos. Quando cá chegar vou estar é mais velho, com 43 anos. Isso é a certeza. Sou licenciado em Educação Física e Saúde mas não sou professor, tenho pena de não ter sido. É uma coisa de cada vez. Pode haver um clima de festa lá fora, por dizerem que está tudo consolidado. Só que nó estamos focados no jogo e nosso jogo. Não vou ter festa dos 43 anos"

Objetivo de atingir a marca dos 100 golos, o que não acontece desde a década de 1970

"Mais de 100 golos no campeonato? Vou ser honesto. Só dei por isso quando vocês começaram a fazer notícia. É esta a nossa forma de jogar e, pela qualidade dos nossos jogadores, criamos muitas oportunidades de golo. Chegar a esse número para nós não é importante, o importante é a equipa encarar o jogo como mais uma final, criarmos oportunidades, marcarmos os nossos golos e ganharmos o jogo. Essa tem que ser a nossa meta".

Gostaria mais de ser campeão em terreno neutro ou, na última jornada, em casa?

"Só podemos responder quando as coisas acontecerem. Por aquilo que é a nossa vida, pela nossa experiência, temos de olhar para as coisas como acontecem na realidade. Basta ver o exemplo dos dois jogos das meias-finais da Liga dos Campeões em que, por exemplo, uma equipa está a ganhar 2-0 ao intervalo e é eliminada com um 3-2 desfavorável. Não vale a pena fazer cenários. Estamos a tentar passar a melhor mensagem de confiança e de determinação e amanhã estarmos tranquilos e fazermos o nosso melhor perante o Rio Ave e somar os três pontos".

Samaris ou Fejsa: "Os dois. Não há que esconder nada. Não há que esconder nada. Todos contam e todos têm oportunidades. As coisas foram acontecendo de forma natural. Os nossos reforços foram o miúdo Ivan, da equipa B, o miúdo Ferro, da equipa B, o miúdo Tino (Florentino) da equipa B, e o miúdo Jota, da equipa B. Tiveram oportunidade e foram reforços. Os jogadores dão muito de si, muitos soldados que estão ali dentro têm dado muito. Muitos vão acabar a carreira com problemas de saúde. Neste momento não vamos abandonar ninguém, independentemente da idade. Todos podem ser úteis ao domingo e nós temos capacidade de gerir. É uma pergunta interessante, mas cada um deles [o técnico incluiu aqui Florentino] oferece coisas diferentes".