O Conselho Vitoriano, órgão consultivo do Vitória de Guimarães, demitiu-se hoje por unanimidade, com efeito imediato, alegando deterioração na relação com outros órgãos sociais, e a direção do clube da I Liga portuguesa de futebol lamentou “timing escolhido”.
Constituído por 11 sócios para se pronunciar sobre assuntos vários do dia a dia do clube minhoto e para aconselhar a sua direção, o Conselho Vitoriano alega, em comunicado, que a relação com os outros órgãos sociais piorou desde que se pronunciou sobre o acordo com o fundo V Sports para a venda de 46% das ações da SAD, culminando na falta de aviso sobre a alteração estatutária prevista para a assembleia geral de 06 de outubro.
“O Conselho Vitoriano não foi consultado, nem sequer informado, acerca da sua marcação ou da proposta de alteração estatutária, tendo tomado conhecimento de ambos os factos pela comunicação social, o que veio confirmar que a direção não conta mais com a colaboração deste Conselho Vitoriano. Assim, perante uma situação que se tornou insustentável para o normal funcionamento da instituição, entende o Conselho Vitoriano, por unanimidade, ser a demissão deste órgão a solução que se impõe, motivo pelo qual a comunica, com efeito imediato”, refere a nota.
Eleitos para o órgão na assembleia geral de 22 de abril de 2022, os 11 sócios que assinam o comunicado frisam que a sua relação com os demais órgãos sociais do clube começou a mudar após as intervenções nas assembleias gerais extraordinárias de 03 de março e 19 de maio deste ano, nas quais se aprovou a venda de 46% da SAD ao V Sports por 5,5 milhões de euros e as alterações ao pacto social da SAD.
“O Conselho Vitoriano foi surpreendido pelo desconforto manifestado por outros órgãos sociais, que então discordaram da sua postura interventiva. Infelizmente para o Vitória, o tempo veio a confirmar a pertinência dessas intervenções, bem como de todas as reservas do Conselho Vitoriano em relação aos termos do acordo. Desde essa altura, o Conselho Vitoriano tem constatado que o tratamento que lhe é dado por outros órgãos sociais tem vindo a deteriorar-se progressivamente”, lê-se.
Na sequência do comunicado, também divulgado no sítio oficial dos vitorianos, a direção do clube, presidida por António Miguel Cardoso, lamentou que a decisão tenha sido “tornada pública” na véspera de “um jogo importante para a equipa principal de futebol”, frente ao Estoril Praia, domingo, às 18:00, para a sétima jornada da I Liga portuguesa de futebol, apesar de ter solicitado “uma tolerância de 48 horas”, não aceite pelo Conselho Vitoriano.
“A direção publica em anexo o teor do comunicado do Conselho Vitoriano cessante, mas não deixa de lamentar o ‘timing’ escolhido. Em momento oportuno, serão explicados os reais motivos que levaram a esta tomada de posição e ao progressivo afastamento de todos os outros órgãos sociais deste Conselho Vitoriano”, adianta a nota da direção.
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