O sócio do Vitória de Guimarães Paulo Emanuel Mendes entregou hoje um requerimento para a marcação de uma Assembleia-Geral (AG) extraordinária, para destituir a Direção presidida por Macedo da Silva.
Em declarações à agência Lusa, por escrito, Paulo Emanuel Mendes disse que «o clube bateu no fundo, quer financeiramente quer desportivamente», e vive numa situação «limite», razões pelas quais organizou o abaixo-assinado hoje entregue.
«Lamentavelmente, esta Direção não soube retirar qualquer conclusão do chumbo das contas, nem reconhece a sua incapacidade para estar à frente dos destinos do Vitória. Por tudo isto, o pedido de convocatória desta assembleia é obrigatória e é um segundo cartão amarelo à Direção», disse.
Contudo, lembrou que «a aprovação da destituição desta Direção compete aos sócios» e, «de acordo com os estatutos, a AG só se realizará desde que estejam presentes dois terços dos signatários».
O requerimento subscrito por cerca de 160 sócios (os estatutos exigiam 120) e entregue ao diretor-geral do clube, João Martins, pede a convocatória de uma AG extraordinária com apenas um ponto na ordem de trabalhos – “deliberação acerca da demissão do presidente da Direção”.
À liderança de Macedo da Silva, o sócio aponta uma «errada gestão desportiva e financeira» e «negócios particulares celebrados entre elementos da Direção, os jogadores e o próprio Vitória».
Quanto às duas candidaturas já assumidas por Pinto Brasil e Luís Cirilo, o sócio disse ser «positivo», porque assim se «evita qualquer vazio diretivo», mas que, «neste momento, é prematuro fazer opções entre os dois».
«Nem sequer se conhecem os projetos de cada um deles, se é que têm projetos diferentes, pois nas últimas eleições concorreram juntos», lembrou.
Instado sobre a possibilidade de apresentar uma candidatura, Paulo Emanuel Mendes não descartou a hipótese, mas frisou que, «neste momento», a sua «preocupação é a de devolver o clube aos sócios».
Paulo Emanuel Mendes disse ainda ter sido alvo de «pressões e entraves» do clube para não concretizar o requerimento, «na pessoa do seu presidente da mesa da Assembleia-Geral [João Cardoso]», mas não quis concretizar de que tipo.
Há cerca de duas semanas, João Cardoso aclarou à Lusa que a direção não cairia caso as contas voltassem a ser chumbadas (os sócios vetaram por larga maioria o relatório e contas de 2010/11 na AG de 28 de outubro), numa futura reunião magna ainda sem data marcada.
«A Direção tem um mandato para cumprir e só no final dele cessa as suas funções, a não ser que peça a demissão ou seja demitida de acordo com o que os estatutos referem. Para isso, os sócios teriam que convocar uma AG extraordinária com esse objetivo preciso», explicou na altura.
A agência Lusa tentou, sem sucesso, ouvir João Cardoso e Macedo da Silva.
Comentários