O internacional brasileiro, de 27 anos, foi uma referência de consistência, forte a defender, sempre audaz a atacar e a marcar, para já, 10 golos - sete deles de penálti – que fazem dele, surpreendentemente, o segundo goleador da equipa.
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Abaixo das expectativas, o maliano Marega contabiliza apenas mais um tiro certeiro, o brasileiro Soares oito e o cabo-verdiano Zé Luís - contratado no verão para alargar a eficácia ofensiva - sete, confirmando uma temporada algo apagada dos avançados ‘azuis e brancos’, que estiveram demasiadas jornadas em ‘branco’.
Além de ser exímio nas assistências para golo (somou hoje a sétima), Alex Telles, que partilha com Marega um lugar no ‘top 10’ dos goleadores da I Liga, revelou-se decisivo, já que vários dos seus remates valeram importantes pontos.
O simples exercício matemático – obviamente, subjetivo – de retirar os golos de Alex Telles aos resultados dos ‘dragões’ resultaria na perda de nove pontos, referentes a cinco jogos: não é causa-efeito, mas uma tendência que ajuda a explicar a sua influência.
O ‘canarinho’, que foi expulso em duas ocasiões, marcou nos triunfos forasteiros por 3-2 em Portimão e 1-0 no Bessa, no empate 1-1 no recinto do Belenenses, e nos êxitos caseiros com o Benfica, por 3-2, e com o Portimonense, por 1-0, aqui com um ‘disparo’ nos minutos finais que desbloqueou o encontro.
A ausência de Alex Telles notou-se igualmente no regresso à competição após a interrupção do campeonato, pois falhou os dois tropeções da equipa – que um Benfica ainda mais desastrado não soube aproveitar -, o desaire por 2-1 em Famalicão e o ‘nulo’ na Vila das Aves, frente ao único clube que já desceu.
Numa segunda linha de atletas em bom nível, destaca-se a ‘explosão’ do polivalente Corona no lado direito, com a virtude de ser o principal municiador de golos da equipa, com 10 assistências, acima das sete de Telles e Otávio: só o guarda-redes Marchesin tem mais minutos em campo do que o mexicano, sinal da regularidade do polivalente que marcou quatro golos.
Realce ainda para a confirmação da criatividade útil de Otávio e a experiência de Pepe, pelo qual o tempo parece não passar, apesar dos seus 37 anos, seja ao lado de Marcano ou de Mbemba, após a lesão grave do espanhol.
Quanto às contratações, o argentino Marchesín rapidamente fez esquecer Casillas na baliza, embora sofrendo golos impensáveis na alta competição, com destaque para o que ditou a derrota em Famalicão, quando assistiu um adversário.
Por seu lado, o colombiano Luis Díaz foi sinónimo de imprevisibilidade ofensiva e o compatriota Uribe intermitente na capacidade de mandar no meio campo, função que coube amiúde a Sérgio Oliveira na época mais inconstante do ‘capitão’ Danilo.
A contas com o fair-play financeiro da UEFA, o FC Porto tem limitações a contratar e, assim, surgiu a oportunidade para os campeões da Europa sub-19 Fábio Vieira, Vítor Ferreira, Romário Baró, Tomás Esteves e Fábio Silva, um quinteto com grande potencial e, eventualmente, o garante da recuperação da mística do Dragão, que cresceu à custa da prata da casa.
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