O Estádio do Dragão viveu uma noite especial. No primeiro jogo em casa desde a morte de Pinto da Costa, a emoção esteve bem presente, com várias homenagens ao histórico presidente do FC Porto. Contudo, dentro das quatro linhas, e na primeira parte, os dragões não conseguiram traduzir o domínio em golos, terminando esta fase com um empate sem golos frente ao Vitória Guimarães.
Homenagem sentida antes do apito inicial
Antes da bola rolar, o Dragão prestou a devida homenagem a Pinto da Costa. O minuto de silêncio rapidamente se transformou numa enorme salva de palmas, com milhares de cachecóis erguidos em tributo ao líder que marcou a história do clube. Mais tarde, ao minuto 42, os adeptos voltaram a recordar Pinto da Costa num momento simbólico, num estádio onde a mística azul e branca esteve mais viva do que nunca.
Surpresas no onze e um FC Porto dominador
O técnico Vítor Anselmi apostou numa defesa de dois centrais, com Otávio e Zé Pedro, o que levou à adaptação de Tomás Pérez no eixo defensivo. No ataque, Rodrigo Mora, Namaso e Gonçalo Borges formaram um trio móvel, deixando Samu no banco.
Do lado do Vitória, Relvas teve a sua estreia absoluta na defesa, enquanto Vando Félix foi titular pela primeira vez, depois de já ter sido utilizado em quatro partidas.
Desde o apito inicial, o FC Porto assumiu as rédeas do jogo, instalando-se no meio-campo adversário e procurando espaços para penetrar na defensiva bem organizada dos minhotos. A primeira ocasião surgiu logo aos 8 minutos, com Alan Varela a tentar o remate de fora da área, mas a bola foi desviada para canto.
Pouco depois, Zé Pedro ganhou nas alturas, mas o cabeceamento saiu por cima. Os minhotos responderam aos 13, com Nelson Oliveira a isolar-se frente a Diogo Costa, que saiu bem da baliza e evitou o pior.
O FC Porto voltou a carregar e esteve perto do golo aos 19 minutos, quando Namaso, solto ao segundo poste, rematou ao lado. Mas as más notícias chegaram aos 28 minutos: Pepê, no dia do seu aniversário, lesionou-se e foi substituído por Samu, saindo em lágrimas, um momento que emocionou o estádio.
Primeira parte de domínio portista, mas sem eficácia
A reta final do primeiro tempo foi marcada por uma chuva de oportunidades... e por um verdadeiro dilúvio no Dragão. Aos 41 minutos, o FC Porto chegou mesmo ao golo por Namaso, mas o lance foi anulado por fora de jogo, num golpe duro para os portistas.
Apesar da superioridade dos dragões e das dificuldades dos vimaranenses em sair a jogar, os comandados de Luís Freire conseguiram manter a baliza inviolada, muito por mérito da organização defensiva. Diogo Costa, por outro lado, saiu tranquilo para o balneário, sem ter sido obrigado a grandes intervenções.
Segunda parte intensa e golo de Vieira decide
O FC Porto entrou com tudo na segunda parte e, logo aos 47 minutos, Gonçalo Borges desperdiçou uma boa oportunidade ao rematar por cima. Pouco depois, aos 51, Bruno Varela não conseguiu agarrar um remate de Zé Pedro e, na recarga, Alan Varela cabeceou ao lado.
O Vitória respondeu e chegou mesmo a marcar aos 56 minutos, através de Nelson Oliveira, após passe de Tiago Silva, mas o golo foi anulado por fora de jogo. A contestação subiu de tom e, pouco depois, o treinador Luís Freire acabou expulso por protestos.
Aos 60 minutos, o Dragão prendeu a respiração quando Borevkovic teve o golo nos pés, mas Otávio salvou em cima da linha, evitando o pior para os azuis e brancos. O jogo estava frenético, com o Vitória a ameaçar mais vezes a baliza de Diogo Costa.
Contudo, aos 68 minutos, surgiu o momento que parecia decidir o jogo. Depois de uma jogada insistente do FC Porto, com dois cortes consecutivos de Filipe Relvas, Gonçalo Borges abriu na direita e Fábio Vieira, com classe, rematou em arco para o segundo poste, sem hipóteses para Bruno Varela. O Dragão explodiu! Foi o terceiro golo do médio desde o seu regresso ao FC Porto.
O Vitória SC ainda tentou reagir, mas foi o FC Porto quem esteve perto de aumentar a vantagem aos 73 minutos, com Gonçalo Borges a rematar cruzado, mas a bola passou ao lado da baliza adversária.
Úmaro Embaló estraga a festa no Dragão
Quando já se contava com a vitória azul e branca, a equipa comandada por Luís Freire gelou o estádio aos 86 minutos. Úmaro Embaló, que entrou na segunda parte, apareceu na área para finalizar e dar um banho de água fria aos portistas. O FC Porto ainda tentou reagir nos minutos finais, mas não conseguiu voltar a bater Bruno Varela, que segurou o empate.
Dragão volta a encher, mas noite amarga
O FC Porto parecia ter o jogo controlado e a vitória na mão, mas permitiu que o Vitória SC empatasse nos instantes finais. O regresso ao Dragão, num jogo carregado de simbolismo, acabou por não ter o desfecho desejado pelos adeptos.
Para os minhotos, este empate soube a ouro e premiou a sua resiliência. Para os dragões, ficou um sabor amargo e a sensação de que deixaram escapar dois pontos preciosos numa noite que merecia outro desfecho.
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