O diretor de comunicação e informação do FC Porto, Francisco J. Marques, anunciou esta terça-feira que o clube portista vai recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos da decisão judicial que impede, neste momento, de qualquer divulgação de correspondência privada do emblema da Luz.

Em declarações no Porto Canal, Francisco J. Marques criticou a decisão do Tribunal da Relação do Porto em impedir a divulgação de correspondência privada do Benfica e alegou o 'interesse público' para anunciar que o clube vai recorrer da decisão ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

"O FC Porto submete-se às decisões dos tribunais, mas discorda em absoluto. Esta sentença põe em causa alguns princípios básicos da democracia, ao cortar a liberdade de expressão. Todos sabemos que há vários casos na história das sociedades ocidentais conhecidos através da divulgação de matéria classificada, como foram os casos do Wikileaks e o escândalo dos Panamá Papers. Tem sido a forma de descobrir práticas irregulares, como é também o caso do escândalo dos emails, o maior escândalo da história do futebol português. Ele originou a abertura de uma investigação por corrupção ativa e passiva e provocou buscas. O FC Porto aceita a sentença e não vai andar a saber se os juízes são portistas, benfiquistas e sportinguistas", começou por dizer Francisco J. Marques no Porto Canal.

"Não se põe em causa a independência dos juízes, mas o FC Porto está a estudar todas as formas de recurso. O FC Porto vai recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, porque está a ser violado o interesse público que a matéria encerra. O Estado português tem sido condenado pelo Tribunal dos Direitos Humanos. É fácil encontrar um paralelismo, ao ter-se conhecimento de determinado género de práticas, não poder alertar a sociedade, tornando públicas essas práticas. Isso é até cumplicidade das práticas pelo silêncio. As práticas devem ser denunciadas, há sentença, respeitamos, mas não vamos deixar de combater pela razão que temos nestas divulgações, daí o recurso para o Tribunal dos Direitos do Homem", sentenciou o dirigente portista.