As imediações do complexo desportivo do Tondela foram consumidas durante a última madrugada, tendo escapado ilesos os relvados e as instalações, informou hoje fonte do clube 'auriverde'.
De acordo com o diretor de comunicação do Tondela, Vítor Ramos, "ardeu tudo à volta" do complexo desportivo do Tondela, embora não se tenham registado, até ao momento, danos materiais.
"Estávamos com receio do campo de treinos, que era o que estava mais exposto, mas felizmente escapou. Temos os relvados e as instalações ilesas", explicou.
No regresso de Matosinhos a Tondela, depois de terem sido eliminados pelo Leixões da Taça de Portugal, os jogadores e os responsáveis 'auriverdes' passaram por alguns sustos, ao serem surpreendidos pelas chamas na A1.
"Estivemos retidos cerca de meia hora, entre Albergaria e a Mealhada. Acabámos por sair em direção à A25, em Albergaria, onde achávamos que estaríamos mais tranquilos, mas, ao chegar a Talhadas, começámos a vislumbrar clarões muito extensos no horizonte", descreveu.
De acordo com Vítor Ramos, a comitiva - constituída pelo autocarro, alguns carros particulares e a carrinha de apoio - acabou separada, ficando para trás a carrinha de apoio.
"Ficámos na reta do Reigoso, a 500 metros do incêndio e fomos obrigados a fazer inversão de marcha, em contramão, para seguir para Oliveira de Frades e conseguir contornar as chamas. Apesar destas peripécias, todos os jogadores e o 'staff' encontram-se bem", concluiu.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 31 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.
Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
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