O FC Porto moveu um processo contra João Carrajola de Abreu, na sequência de uma entrevista dada pelo antigo membro do CJ ao jornal A Bola, a 13 de Novembro de 2008, em que este falou da polémica reunião do organismo de 05 de Julho do mesmo ano.

Nesse encontro, o CJ da FPF confirmou a despromoção do Boavista à Liga de Honra, manteve a suspensão de dois anos a Pinto da Costa e a subtracção de seis pontos ao FC Porto, no âmbito do processo Apito Final.

Apesar de o presidente do CJ, António Gonçalves Pereira, ter encerrado a reunião às 18:00 do dia anterior, os restantes cinco conselheiros prosseguiram-na sem a presença do presidente e do “vice” Elísio Amorim e confirmaram as decisões da Comissão Disciplinar (CD) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

Reunidos sem Gonçalves Pereira e Elísio Amorim durante perto de sete horas, o CJ negou provimento aos requerimentos para a anulação das sentenças da CD da Liga de clubes, que puniu a 09 de Maio o Boavista por três actos de coação sobre árbitros e o presidente do FC Porto por duas tentativas de corrupção.

Na entrevista ao diário desportivo, João Abreu referiu que “Gonçalves Pereira estava a agir não apenas por ele”, quando tentou afastá-lo da votação “por suspeição nos processos, alegando incompatibilidade de funções”.

“Foi estratégia combinada com o Boavista e o FC Porto com o propósito de alterar o sentido de voto dos acórdãos sobre os recursos das decisões da Comissão Disciplinar (CD) da Liga em declarar a despromoção do Boavista e punir Pinto da Costa por tentativa de corrupção”, disse, então.

De acordo com João Abreu, sabendo a opinião dos conselheiros, se “ficasse impedido de votar haveria empate, podendo Gonçalves Pereira fazer valer o seu voto de qualidade”.

João Abreu será o último a ser ouvido, na última audiência do julgamento, em que serão igualmente realizadas as alegações finais dos advogados de defesa e de acusação.

No processo já foram ouvidos, entre outros, o vice-presidente do FC Porto Adelino Caldeira e o antigo presidente do CJ da FPF Gonçalves Pereira, como testemunhas dos “dragões”.

Além destes, também foram ouvidos o vice-presidente da FPF Amândio de Carvalho, o presidente da Associação de Futebol de Lisboa, Carlos Ribeiro, e outros membros do antigo Conselho de Justiça.