O atual vice-presidente Joaquim Neves deseja alargar a “aposta ganha” no futebol jovem às modalidades para “afinar” o Desportivo das Aves, caso vença no sábado as eleições mais concorridas do lanterna-vermelha da I Liga.
“As pessoas estão a esquecer-se um bocadinho de que tivemos os maiores feitos do clube nos últimos anos, mas não vamos passar uma esponja nem ocultar o que foi feito. Se for eleito apenas fecha-se um ciclo e abre-se outro, porque tenho a minha forma de liderar, sem menosprezar ninguém”, expressou à agência Lusa o candidato da lista A.
Joaquim Neves, de 49 anos, entende que “as críticas são normais quando não se ganha” e garante uma postura “dialogante” com o administrador chinês Wei Zhao, alertando que “os sócios decidiram passar a gestão do futebol profissional para uma entidade externa” e o clube “não pode fazer grande coisa” face aos 10% de capital controlado na SAD.
“Naturalmente, vamos estar mais atentos e interventivos. Se for eleito, a primeira tarefa será reunir com a sociedade anónima e perceber os reais motivos para termos páginas e manchetes nos jornais pela negativa. De seguida, marcar uma Assembleia-Geral para que os sócios digam de sua justiça, o que pretendem fazer quanto ao futuro”, apontou.
Sob o lema “O Aves é dos Avenses”, o antigo futebolista admite ser a “pessoa ideal” para “solucionar o futuro” e “ir ao encontro das pretensões” dos nortenhos, ao encabeçar uma “candidatura natural”, assente na “experiência acumulada” na última década como dirigente para a formação, que ‘repescou’ 11 dos 16 atuais corpos sociais.
“Distingue-nos uma equipa com larga experiência de dirigismo, que está no dia a dia do Aves e dá garantias para fazer um excelente trabalho. Quanto ao futebol profissional, a responsabilidade é da SAD. A debandada de jogadores no início da época resultou numa nova equipa e, quando se mexe muito na estrutura, as coisas não correm bem”, frisou.
O ex-lateral direito, que começou e acabou a carreira na Vila das Aves e foi tricampeão pelo FC Porto, planeia “dar continuidade à muita coisa boa que tem sido feita” nos desportos amadores sob alçada do clube, “fomentando ainda mais” as camadas jovens para incrementar a competitividade dos plantéis seniores de voleibol feminino e futsal.
“Vamos criar uma sala de estudo no complexo desportivo, de modo a que os pais estejam perfeitamente descansados em relação ao futuro dos atletas, e construir um recinto de raiz, junto ao estádio e com quatro tabelas, para albergar o basquetebol de rua. Os dois projetos serão liderados por Simão Silva, que passará a supervisor da formação”, fixou.
Valorizando as conquistas da Liga e da Taça Revelação, que se está a traduzir na “transição de muitos jogadores dos sub-23 para a equipa principal”, o empresário preconiza ainda a reativação do futebol feminino num clube que ocupa o último lugar da I Liga, com 14 pontos em 28 jornadas, outros tantos abaixo da zona de salvação.
As eleições do Desportivo das Aves rumo ao biénio 2020-2022 realizam-se no sábado, entre as 10:00 e as 18:00, no pavilhão do CD Aves, onde se seguirá a tomada de posse de Joaquim Neves ou António Freitas para consumar a despedida de Armando Silva, que lidera os nortenhos desde 2010/11 e afastou uma recandidatura em 29 de maio.
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