O antigo presidente do Sporting José Roquette defendeu hoje a necessidade de ser encontrada “uma solução a tempo e horas” para a crise no clube de Alvalade, sob pena de estar “em causa” a próxima época de futebol.
“Se não há uma solução para isto, se isto se vai prolongar (…) pode ser a próxima época que está em causa. Começámos a trilhar um caminho que não se sabe onde acaba”, disse o antigo dirigente 'leonino', num debate sobre a situação no Sporting realizado na TVI24.
Criticando que o clube seja gerido “através das redes sociais”, José Roquette defendeu a necessidade de o presidente de um clube centenário como o Sporting “cultivar o respeito” pela instituição que dirige.
“O que é preciso reter nestas questões, além de manter a cabeça fria e uma perspetiva correta das coisas, é perceber que uma imagem demora muito tempo, mas que se destrói com uma facilidade impressionante. Na minha perspetiva, o presidente de uma instituição como o Sporting tem de permanentemente cultivar um respeito pela instituição e claramente estar sempre do lado dos superiores interesses da instituição, que no caso vertente tem mais de 100 anos”, afirmou.
“Daí considerar não ser possível considerar normal ou razoável gerir ou tomar decisões através de 'posts' de Facebook ou Twitter ou outra coisa qualquer”, acrescentou.
José Roquette acentuou ainda ser necessário “saber até que ponto é possível recuperar de alguma forma uma relação de confiança que foi seriamente atingida” nos episódios recentes envolvendo o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, e os jogadores da equipa principal de futebol.
“A reação dos jogadores indica que do lado deles continua a haver uma fratura”, admitiu.
O empresário elogiou ainda o comportamento do treinador Jorge Jesus, “alguém que conseguiu manter serenidade e um rumo e deixar algumas portas abertas, o que era fundamental”.
Bruno de Carvalho criticou na quinta-feira as exibições de alguns jogadores do Sporting, a seguir à derrota em casa do Atlético de Madrid (2-0), na Liga Europa, tendo, na sexta-feira, 19 jogadores do plantel, entre os quais Rui Patrício, William Carvalho, Fábio Coentrão, Coates, Gelson Martins e Bruno Fernandes, divulgado um comunicado no qual manifestaram "desagrado" com as críticas.
Em resposta, Bruno de Carvalho partilhou um texto no Facebook, visível para os seus amigos na rede social, em que dava conta da suspensão dos jogadores que subscreveram o comunicado e fazia saber que teriam de enfrentar a disciplina do clube.
No sábado, o treinador da equipa, Jorge Jesus, afirmou que os futebolistas não receberam qualquer nota de suspensão por parte do clube e garantiu que Bruno de Carvalho lhe deu "liberdade para convocar os jogadores" que entendesse para o jogo de domingo com o Paços de Ferreira, da 29.ª jornada da I Liga de futebol, o que aconteceu, com os ‘leões’ a vencerem por 2-0.
Hoje, o presidente da AG, Jaime Marta Soares, disse que Bruno de Carvalho não tem condições para continuar em funções e anunciou a intenção de agendar uma reunião magna com vista a uma eventual destituição do líder 'leonino', o qual ripostou afirmando que seria ele próprio a marcar uma AG para que os sócios se pronunciem separadamente sobre a continuidade dos órgãos sociais.
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