O candidato da lista B às eleições do Vitória de Guimarães e atual presidente, Júlio Mendes, considerou que, no sábado, está em jogo a manutenção do projeto dos últimos seis anos no clube da I Liga portuguesa de futebol.
À frente do emblema vimaranense desde 2012, o responsável disputa, a 24 de março, a eventual reeleição para um terceiro mandato com Júlio Vieira de Castro, que encabeça a lista A, e, em entrevista à agência Lusa, realçou que um clube desportivo precisa de "estabilidade" para almejar o sucesso, ainda para mais, quando, a seu ver, falta "experiência" à candidatura opositora.
"Está em causa a manutenção de uma estabilidade. É algo fundamental para que haja sucesso. Fazer-se uma mudança abrupta nas equipas de gestão por pessoas que sendo vitorianas, mas não têm experiência, seria recuar bastante no que se fez. Constituiria um risco grave para o clube", realçou.
Para o triénio de 2018 a 2021, Júlio Mendes já revelou que deseja aumentar o orçamento da SAD (futebol), tendo apresentado uma opção de subida para 10 milhões de euros, com base no contrato televisivo com a Altice, que entra em vigor em julho e cujo valor não foi ainda oficializado, e uma outra até 20 milhões, que depende de investimento externo, com duas opções em cima da mesa.
"Vamos, com direitos televisivos, continuar com o mesmo modelo de comprar e vender jogadores ou então ter um pouco mais de dinheiro e optar por não vender tanto. Temos dois ‘dossiers' em que estamos a trabalhar", avançou o candidato, recusando adiantar se um deles é o Banco de Minas Gerais, entidade brasileira que tem sido associada aos minhotos.
O rosto do movimento ‘Contigo Vitória' lembrou ainda que o acionista maioritário da SAD, Mário Ferreira, esteve "sempre disponível para acompanhar subidas de capital", apesar de ter estranhado que a lista A tenha alegado a disponibilidade do empresário para estar no "aumento de capital de 20 milhões de euros" - faz parte do investimento de 70 milhões em três anos de Vieira de Castro.
Sobre a equipa principal de futebol, atual nona classificada da I Liga, Júlio Mendes preferiu não fazer o balanço da presente época, por estar ainda em curso, realçando, apesar da oscilação de rendimento - nono lugar (2012/13), 10.º (2013/14), quinto (2014/15), 10.º (2015/16) e quarto (2016/17) -, as duas presenças na final da Taça de Portugal (ganhou em 2012/13), as duas na Supertaça e as três nas provas europeias.
O dirigente crê que o rendimento só não foi melhor devido à "irregularidade" histórica nas classificações do clube e também à falta de "disponibilidade financeira" nas primeiras épocas, a seu ver, relacionada com os 24 milhões de euros de passivo que o clube tinha, quando o assumiu em 2012, e que obrigaram à homologação de Plano Extrajudicial de Conciliação para 15 milhões dessa dívida.
"Todos os anos tivemos de reconstruir um plantel. Teve muito a ver com a incapacidade em ter o dinheiro suficiente. Quando chega aqui uma proposta para um jogador importante, que lhe vai dar dez vezes mais do que ganha no Vitória, não há hipótese de segurar", defendeu.
Júlio Mendes alegou que até agora a SAD só tem decidido revelar o valor de cada uma das transferências aos acionistas e não ao público por "opção estratégica" e não de "sonegação de informação", revelando, porém, que o clube pode receber 30% de uma mais-valia de uma eventual transferência de Marega, do FC Porto.
Para o futuro, o candidato recusou comentar o acordo veiculado pela imprensa com os franceses do Paris Saint-Germain, preferindo enaltecer que a estrutura, apesar de já próxima "do que fazem os melhores clubes", pode crescer e a aposta na equipa sub-23 e no futebol feminino, que vai depender da nova academia, em Silvares, pensada em conjunto com a Câmara Municipal.
"Vamos poder crescer e trabalhar com mais qualidade. A infraestrutura que temos hoje, no que respeita às equipas profissionais, no inverno, é um problema, porque a qualidade do trabalho cai drasticamente. Os clubes rivais estão a fazer investimentos brutais. Isso representa perder competitividade e talentos", concluiu.
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