O presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, negou hoje qualquer preocupação com a época até agora realizada pela equipa na I Liga de futebol, que apenas tem dois triunfos em nove encontros.
A equipa orientada por Sérgio Conceição ocupa a 10.º posição, com dez pontos e duas vitórias, a última das quais em Paços de Ferreira, na segunda-feira, por 1-0, mas o dirigente vitoriano mostrou confiança no trabalho do técnico, dizendo que "os resultados não aparecem do nada".
"Não estava preocupado, porque sei o valor que o coletivo tem, sei o valor e a capacidade da equipa técnica e do ‘mister' Sérgio Conceição. Vejo a dinâmica que ele imprime ao grupo. É preciso ter alguma paciência", disse, à margem de um evento num espaço comercial de Guimarães.
O responsável recusou a ideia de que o triunfo com os pacenses foi "um balão de oxigénio" para o Vitória, 14.º classificado antes do jogo, mas admitiu que o resultado foi importante para a equipa poder entrar numa "dinâmica de vitória".
"O futebol faz-se disto. O trabalho que está por detrás é importante, mas a parte mental também é fundamental seja para quem está em situações mais difíceis, seja para quem tem objetivos mais ambiciosos. As dinâmicas de vitória são fundamentais", reiterou.
Júlio Mendes revelou que, após a eliminação da Taça de Portugal, em Penafiel, Sérgio Conceição colocou o lugar à disposição, mas considerou que o treinador é parte da solução e que o objetivo de chegar à Liga Europa ainda está perfeitamente ao alcance dos vitorianos.
"Estamos a fazer o trabalho para que isso seja possível. Não vamos deixar de ter essa ambição. É certo que temos o trabalho mais complicado, mas continuamos focados no nosso objetivo e não vamos baixar os braços enquanto for matematicamente possível de atingir", vincou.
Sérgio Conceição, após o jogo com a Académica, da oitava jornada, falou na possibilidade de reajustar o plantel no mercado de transferências de inverno, e o presidente disse que ainda nada está definido, embora tenha reconhecido que "é sempre possível melhorar".
"Os treinadores identificam as posições em que os melhoramentos devem ser feitos, e o Sérgio Conceição não é exceção. Entende que há melhoramentos a fazer", contou, tendo avisado que tal como podem entrar novas ‘caras' no plantel vitoriano, pode também haver saídas.
"O Vitória, nem outro clube qualquer, não vão poder nunca recusar ofertas que sejam compatíveis com a valorização dos seus ativos e os momentos que atravessam. O Vitória não pode dizer que vai recusar, nem nenhum outro clube em Portugal e no mundo", frisou.
O presidente vitoriano abordou ainda a questão das ofertas feitas por alguns clubes da I Liga aos árbitros, após os jogos, tendo defendido que este assunto "deveria ser ponderado e conversado nos locais próprios".
"Tenho defendido sempre a dignificação do futebol como uma indústria importante. Fazer passar a ideia de que existem coisas menos claras em qualquer atividade nunca é bom. Não é o estilo que eu defendo, teria seguido outro caminho, mas respeito as opções dos outros", referiu.
Júlio Mendes afirmou que o Vitória nunca "colocou prendas nas cabines dos árbitros" e, questionado sobre o valor de algumas ‘prendas' na ordem dos 600 euros, declarou que sai do futebol no dia em que tiver qualquer suspeita sobre o desempenho dos árbitros.
"Não me parece que isso possa influenciar o trabalho de um profissional. Não quero acreditar nisso, porque, no dia em que tiver essa suspeita, saio do futebol. Não me parece que profissionais dos melhores, a nível europeu, se deixem influenciar", considerou.
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