O candidato da lista A às eleições do Vitória de Guimarães, Júlio Vieira de Castro, disse que o seu plano para o próximo triénio é o único sujeito a votos no sábado que conta com os sócios.

O líder do movimento ‘Novo Vitória' vai disputar o ato eleitoral de 24 de março com o presidente do clube nos seis últimos anos, Júlio Mendes (lista B), e, em entrevista à agência Lusa, frisou que o seu plano de investimento, que ascende a 70 milhões de euros em três anos é o único que vai permitir aos sócios continuarem a "ter poder dentro da estrutura organizativa do Vitória"

"O nosso plano de investimento contempla os sócios, o clube e o atual modelo de SAD, porque, através da reunião com o comendador Mário Ferreira, ele disse-nos que faz parte da solução. Se já ajudou em momentos anteriores, também está disposto a ajudar", realçou.

Esse projeto reparte-se em 15 milhões oriundos de receitas da SAD, em 21 das receitas do contrato com a Altice - valores ainda não foram oficialmente revelados -, em 14 de patrocinadores associados a Ziad, diretor geral da SAD, caso seja eleito, e em 20 de aumento da capital da SAD.

O candidato contrapôs o seu modelo com aquele que supõe ser o da lista encabeçada de Júlio Mendes - o acordo com o Banco de Minas Gerais (BMG) -, dizendo que o emblema vimaranense transformar-se-á numa "placa giratória de jogadores, em que os sócios perderão capacidade de influenciar os destinos do Vitória".

Vieira de Castro apoia-se no plano apresentado para colocar regularmente o emblema minhoto a "lutar por lugares de prestígio no futebol nacional", com base na quarta posição, e a tentar ‘morder os calcanhares' aos crónicos candidatos ao título, ao mesmo tempo que o prepara para a eventual luta pela Liga dos Campeões, apesar de não se comprometer, para já, com a fasquia para a primeira época.

"A ideia é arrumar a casa. Construiremos um plantel com qualidade, já na perspetiva de o Vitória começar a preparar a estrutura para lutar por lugares de apuramento para a Liga dos Campeões. Neste momento, não me quero comprometer com uma classificação, até porque não estou num cargo de poder. Há algumas coisas que podem existir dentro do Vitória que não conhecemos 100%", realçou.

A visão do candidato sobre o futebol dos vitorianos engloba contratações com qualidade, seja em Portugal ou no estrangeiro, de valores emergentes, como de "jogadores com talento já firmado", a interligação entre a presidência, Ziad e o diretor desportivo e o reforço da estrutura do futebol, nomeadamente o ‘scouting', apesar de ainda ter dúvidas quanto à criação da equipa sub-23.

"É mais importante a equipa B na II Liga do que o campeonato sub-23. Queremos valorizar os atletas e que a qualquer momento, estejam prontos para dar o salto para a equipa A. Se pudermos ter as duas, teremos as duas. É nossa vontade, sem grande acesso a números, ter as duas equipas", disse.

Vieira de Castro comprometeu-se ainda a revelar todos os dados relativos a transferências, para que os sócios do sejam "mais participativos e mais exigentes" na vida do clube, e a não manter "confidencialidade eterna", caso haja algum negócio com informações que não possam ser reveladas, frisando ainda que deseja reduzir os empréstimos.

"Temos o objetivo de tendencialmente ir terminando com os emprestados. Se existirem um ou dois emprestados num plantel, que sejam emprestados que tragam mais-valias para a equipa e que o Vitória possa tirar partido financeiro e desportivo", explicou.

O candidato mostrou-se ainda reticente sobre a atual situação financeira do clube, considerando que a direção de Júlio Mendes "fala do passivo que dá mais jeito", e notou ainda que, apesar de estar aberto ao projeto da nova academia, apresentado pela outra lista, por ser desenvolvido com a Câmara Municipal, que o atual complexo desportivo poderia ser mais bem aproveitado.

"Os relvados sintéticos não estão em bom estado. No estado de degradação em que se encontram, propiciam um maior número de lesões nos atletas. Antes de podermos falar em saturação, temos de falar em manutenção", concluiu.