A Liga e o Sindicato dos Jogadores vão analisar em conjunto as questões salariais e, posteriormente, apresentar propostas ao grupo de trabalho criado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), hoje reunido pela segunda vez.

De acordo com Silveira Ramos, presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), «na reunião foi decidido dividir algumas matérias e trabalhar por grupos mais restritos, para avançar com propostas mais concretas».

Em declarações à agência Lusa, Silveira Ramos precisou que «uma parte dessa matéria, que diz respeito às questões salariais, vai ser tratada diretamente entre a liga e o sindicato».

Os grupos de trabalho, que vão discutir questões como o licenciamento e fundos de garantia, deverão, de acordo com Silveira Ramos, «elaborar propostas concretas», que poderão ser analisadas na próxima reunião, agendada para 20 de junho.

«Se houver condições de tempo para avançar com propostas concretas, elas serão levadas à reunião geral para fazer a apreciação final e, eventualmente, o reconhecimento das propostas como sendo emanada da comissão», referiu.

O grupo de trabalho alargado foi criado pela FPF no início do mês e junta à mesma mesa a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) e a ANTF.

A LPFP aprovou na terça-feira a criação de um terceiro momento de fiscalização às infrações de natureza salarial, decisão que o presidente do organismo, Mário Figueiredo, classificou como «um primeiro passo para introduzir maior controlo e rigor».

A decisão mereceu, entretanto, críticas do SJPF, que acusou a Liga de desconsiderar outros agentes do futebol e insistiu na necessidade de encontrar soluções de compromisso entre as partes.

«A Liga deita os foguetes e apanha as canas, enfim… É mais do mesmo. A Liga até podia ter 20 momentos de controlo, mas se os fizer como até aqui tudo vai continuar na mesma. Devíamos tomar medidas para haver maneira de controlar as coisas tanto pelo interesse dos clubes como dos jogadores», disse Joaquim Evangelista, em declarações à Lusa.