Na primeira aventura fora de portas, Mateus Fernandes falou da experiência no Shouthampton, e de outros vários temas numa entrevista ao podcast 'Entrelinhas' conduzido por Afonso Figueiredo.

Empréstimo do Sporting ao Estoril: "O míster Álvaro [Pacheco] tem uma maneira de treinar muito diferente da do míster Ruben Amorim. Não sei se é melhor ou pior. É diferente. Com o míster Álvaro, os treinos dele duram 30/40 minutos. E estava habituado ao míster Ruben de ser muito detalhado, de um treino se calhar de duas horas e de ir mesmo ao pormenor. Chego ao Estoril, habituei-me ao ambiente e depois chega o míster Vasco Seabra e tive o cuidado de ir ver que jogadores ele tinha treinado na minha posição. Ele foi a pessoa mais importante nesse ano para mim", explicou o médio de 20 anos, dando o exemplo do empréstimo de Eduardo Quaresma a Tondela.

"Pensei 'se não jogo no Estoril, como vou jogar no Sporting?'. O meu objetivo sempre foi voltar ao Sporting para jogar. Lembro-me de uma conversa do míster Ruben para o [Eduardo] Quaresma, quando ele veio do Tondela, que ele disse assim 'se não jogas no Tondela, como é que queres jogar no Sporting?' Isso ficou-me na cabeça até hoje. Até sei onde foi, onde o Quaresma estava, onde o míster estava. E pensei isso. Comecei por ganhar ritmo, andamento, confiança e um jogador assim vai para além das suas expectativas. Um jogador começa a ganhar o gosto por aquilo que faz. E correu tudo muito bem,"

Diferenças entre Portugal e Inglaterra: "Sinto que em Portugal se tenta criar uma distância entre o jogador e adepto. Por vários motivos e não sei se é o correto. E em Inglaterra temos a situação de que metemos o carro num sítio fora do estádio, temos um passeio onde estão os adeptos e somos quase obrigados a estar com eles, assinar, tirar umas fotos, estar com os adeptos, porque isso é importante. O futebol vive dos adeptos, porque se não houver adeptos o futebol perde a sua graça. É importante os adeptos saberem que os jogadores importam-se com eles."

"Ambiente mais especial em Inglaterra? Arsenal. Gostei muito do estádio, é gigante, o ambiente fora do estádio conta com muitas pessoas. Aquela parte de Londres pára totalmente, só vês vermelho e branco e acho que foi esse. O do City não é mau, mas não foi aquilo que esperava. Na Premier League são estádios com mais emoção", concluiu, no podcast 'Entrelinhas'.

Pelo Southampton, Mateus Fernandes soma três golos e cinco assistências em 36 partidas pelos Saints.