O cartoonista Henrique Monteiro publicou, esta sexta-feira, o cartoon número 1000 para o SAPO Desporto. Uma presença incontornável no site de desporto do Portal SAPO que continua a despertar todo o tipo de emoções aos utilizadores. Seja para rir ou ficar incomodado, Henrique Monteiro continuará a mostrar como vê o desporto nacional e internacional.
Benfiquista assumido, o cartoonista do SAPO Desporto admitiu que prefere realçar os aspetos negativos do futebol, a sua modalidade favorita, para caricaturar. Benfica e FC Porto estão no seu top de preferências para desenhar.
Veja a entrevista feita a Henrique Monteiro.
Como tem sido trabalhar para o SAPO Desporto?
Tem sido ótimo. Também é uma forma de me manter atualizado no desporto, que gosto muito. É um grande desafio fazer um cartoon por dia e espero que tenha correspondido às expetativas. Tem sido realmente um grande desafio
Quais as grandes diferenças entre trabalhar para a informação generalista e para o desporto?
A primeira grande diferença é que no desporto não há tantas notícias como na informação generalista. Há dois ou três jogos por  semana e acabo sempre por focar a minha atenção nos treinadores ou presidentes dos clubes. Na informação generalista existe mais manobra para trabalhar os cartoons. Por vezes, tenho dificuldade em encontrar motivos para o desporto.
Qual o tema ou a área que lhe dá mais gozo caricaturar?
Eu gosto muito de futebol, é a modalidade que me sinto mais próxima e também a mais mediática em Portugal. As pessoas interessam-se mais por esse tema. Cerca de 90 por cento dos meus temas é sobre futebol.
Qual foi o melhor cartoon que fez para o SAPO Desporto?
Acontecem tantas coisas no futebol que não me recordo... No futebol tudo é efémero, tudo passa tão depressa que no dia seguinte já ninguém se recorda. No final da época de futebol aproveito para focar todos os aspetos do campeonato, fazer um apanhado. Nesse período gosto de fazer algo mais especifico.
Qual o clube que lhe oferece mais motivos para caricaturar?
O Benfica e FC Porto. É incontornável. Estes dois clubes têm muita matéria para fazer cartoons. Mas o Benfica não deixa de ser o clube que chama mais a atenção. Quando há dois assuntos de interesse sobre estes dois emblemas, tento focar mais o Benfica, até porque sou benfiquista assumido, mas tento ser o mais isento possível.
Prefere realçar os aspetos negativos ou positivos?
Os cartoons resultam mais com os aspetos negativos. Não é que goste mais, mas dá mais azo a discussões e partilhas. Quando o FC Porto ganha e foco esse tema, os benfiquistas ficam chateados, e assim sucessivamente.
Já teve dias em que não conseguiu inspiração?
Agora não tanto. Sei o que as pessoas querem ver e do que gostam. Quando comecei a trabalhar para o SAPO Desporto vi-me desesperado, porque gosto que as coisas resultem minimamente. Gosto de pensar na ideia, na hegemonia...
Em que parte do dia costuma fazer o cartoon?
No silêncio da noite. Quando não há nada para fazer, quando ninguém me interrompe. Detesto estar a meio do cartoon e fazer outra coisa qualquer. É na noite que me sinto mais concentrado. Já passei grandes noitadas a fazer estes trabalhos.
Que material utiliza?
Uso só o computador. Antigamente, nos anos 90, era mais complicado porque não havia internet. Agora o trabalho fica mais fácil.
Quanto tempo gasta a fazer um cartoon?

Normalmente gasto mais tempo a encontrar uma ideia do que a desenhá-la. No formato do desporto, costuma ser entre 45 minutos a uma hora. Às vezes nem tanto, porque os assuntos estão mesmo à nossa frente.

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