Jorge Jesus garantiu que ficou sensibilizado com os cânticos dos adeptos do Flamengo, a pedirem o seu regresso, após o afastamento do Mengão da Taça do Brasil. Na antevisão do jogo com o Estoril, da 10.ª ronda da Liga, o técnico do Benfica comentou a situação.
Chamada dos adeptos do Flamengo: "Já calculava que me iam fazer essa pergunta. O importante para mim é que sou treinador do Benfica. Eu e o Benfica temos objetivos bem definidos, quero que a águia possa voar alto este ano, estamos próximo de conquistar títulos que a equipa do Benfica pretende. Não posso fugir deste pensamento porque só penso no Benfica, hoje e amanhã, todos os dias a pensar como poderemos melhorar. Se perguntar se fico satisfeito por ver esse carinho, só se fosse insensível…. São imagens que me tocam. Não admito regresso nenhum. A minha mala está sempre feita à porta, o treinador vive de resultados, não pode ter um projeto definido. O importante para mim é que neste momento o Benfica é a minha casa, sei o que quero. Fututro? Não sei, estou dependente de resultados".
Jogo com Estoril pode descansar adeptos? "Os adeptos do Benfica nunca vão estar descansados. Nenhuma equipa deixa os adeptos descansados. Os jogos ganham-se com dificuldade, é assim em Portugal e no Benfica temos de sofrer. Nem sempre conseguimos vitórias com um 'score' muito elevado para dar esse descanso aos adeptos. Sei que amanhã não vai acontecer um resultado muito dilatado."
Tempo difícil: "É o habitual, no Estoril é difícil e os momentos das equipas também fazem com que seja mais ou menos difícil. Este ano vai ser mais difícil, porque o Estoril está forte. Se o tempo estiver complicado, de forma que a bola não possa rolar, não possa ter intensidade de jogo, com muito vento, um futebol mais salve-se quem puder… Depois fica mais difícil para o Benfica assumir as suas ideias de jogo, mas não sei o que vai acontecer amanhã em relação ao tempo. Dão previsão de chuva, mas não noção do que vai ser."
Análise ao Estoril: "Defendem com linha de seis, se calhar por isso é que defensivamente é uma equipa que não sofre golos com facilidade, só tem sete golos sofridos, menos dois do que o Benfica. É uma equipa que defende bem, vamos ter imensos problemas. O Benfica vai ter um jogo sofrido, não tenho dúvida nenhuma. Não vai ser fácil. Podemos ter muita supremacia em termos de posse de bola, de controlo de jogo, mas o Benfica não vai arranjar tantas situações assim em que possa fazer golos. Vai ser um jogo de poucos golos, o importante é que o Benfica arranje essas soluções para uma linha de seis. Não treinámos, não nos pudemos preparar para ela. Jogadores fizeram treino de recuperação, não fizeram treino tático. Amanhã é jogo, temos de jogar em função do que preparámos teoricamente, o que é fácil de conversa, depois na prática é mais difícil."
Benfica com pouco tempo para preparar os jogos: "Nem o Benfica nem os outros. O Estoril não, estamos a falar das equipas que estão nas competições europeias. Não têm tempo para preparar jogos, têm tempo para recuperar. Mas não é desculpa para nada, é onde o Benfica quer estar. Se pudesse era jogar dia a dia, era sinal que estava em todas. Temos de trabalhar em cima do teórico."
Gestão frente ao Estoril: "João Mário vai a jogo ou pondera fazê-lo descansar? "O João Mário não começou a titular em Guimarães, mas entrou logo no início [ para o lugar do lesionado Taarabt]. A ideia era não deixá-lo tão carregado para este jogo. Mas vai ser um dos jogadores que vai ser lançado no jogo. Mas há outros que não jogaram em Guimarães e podem dar outra velocidade ao jogo. Quando não queres carregar muito a equipa é para que os jogadores sejam mais agressivos e pensem mais rápido."
Lugar para Radonjic e Pizzi no onze: "Amanhã ainda vou ver como estão os jogadores. E o departamento médico vai dar-me indicações do estado de físico da equipa. As minhas decisões vão basear-se no desgaste. São 72 horas entre os dois jogos e não dá para recuperar totalmente."
O Estoril-Benfica, da 10.ª ronda da I Liga, está marcado para às 19h00 deste sábado, no Estádio António Coimbra da Mota.
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