O treinador da União de Leiria, Manuel Cajuda, considerou hoje que nenhuma equipa da Liga de futebol teve uma semana tão complicada como os leirienses, que viram dois habituais titulares rescindirem por ordenados em atraso.
Os defesas brasileiros Maykon e Diego Gaúcho deixaram o plantel durante a semana, na sequência da falta de pagamento de ordenados, confirmada na sexta-feira pelo presidente da SAD do clube leiriense, João Bartolomeu.
Hoje, segundo fonte da SAD, a situação salarial de todos os jogadores foi regularizada, mas isso não faz esquecer a semana difícil da União de Leiria, que na sexta-feira ficou também sem diretor-geral, com o afastamento de Jorge Alexandre.
"Provavelmente nenhuma equipa da Liga terá tido uma semana tão dura como nós. Os problemas existiram e foram resolvidos. Mas não basta num momento cumprir com as coisas e pensar que dez dias maus se resolvem. É preciso tempo para resolver. Mas temos é obrigação de dar o máximo. Não vou perdoar a nenhum jogador que entre dentro do campo a render 50 por cento. Quem cá está ou rende o máximo, ou não faz falta nenhuma", avisou Manuel Cajuda, que considera a situação anormal.
O técnico reconheceu que “a situação atual é pública e foi problemática”.
“Houve dois jogadores, dois titulares indiscutíveis, que se foram embora. Não é normal. Mas não lamento. Lamento pela União de Leiria, pelos jogadores, mas por mim não", frisou.
Além disso, Cajuda recordou que “há pessoas em piores situações” do que os profissionais da União de Leiria, assumindo-se “muito preocupado com a situação dos portugueses”.
“A nossa resolve-se porque há pessoas que gostam da União de Leiria", rematou.
No domingo, frente ao Vitória de Guimarães, no jogo da 12.ª jornada, Cajuda terá de reconstruir toda a defesa: Ivo Pinto está lesionado, André Almeida castigado e Maykon e Diego Gaúcho deixaram de fazer parte dos planos.
"Parto para esta jornada com muito mais dificuldades do que aquelas que, ‘a priori’, desejaria e pensaria que me podiam acontecer", sustentou Cajuda.
O técnico salientou que a União de Leiria parte com menos 40 por cento dos jogadores que alinharam no último jogo para o campeonato.
"O bloco defensivo só vai ter um jogador - ou provavelmente nenhum - dos que jogaram no último encontro. A minha situação nem é fácil, nem difícil, é real. Compete-me arranjar a melhor solução para ganhar ao Vitória de Guimarães. Estou tranquilo e não entro em pânico. Muita gente, sem a minha experiência, entraria em pânico", afiançou.
Frente ao Vitória de Guimarães - que Cajuda já orientou -, a União de Leiria quer reagir aos problemas com um triunfo.
"Espero ganhar e não é porque desejo a derrota do Vitória de Guimarães. Sei da importância que o jogo tem para mim, para as pessoas de Guimarães, para alguns atletas do Guimarães, para o Leiria e para os atletas de Leiria", concluiu.
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