O presidente da Confederação do Desporto de Portugal, Daniel Monteiro, apresentou, esta quarta-feira, as cinco prioridades políticas para a XVI Legislatura, em que sobressaem um maior investimento e a criação de um ministério dedicado ao setor.
Daniel Monteiro começou por apresentar as medidas que entende fundamentais para elevar o desporto em Portugal, salientando que, neste momento, as famílias portuguesas é que são as principais patrocinadoras.
“Há uma ausência de rumo da política desportiva em Portugal. As famílias portuguesas são o principal financiador do desporto no nosso país”, começou por dizer, sustentando que as ‘cinco prioridades políticas para a XVI Legislatura’ visam ter mais praticantes e mais competitividade internacional.
No documento, hoje apresentado, Daniel Monteiro defende a criação de um plano estratégico para a próxima década e mostra que, segundo dados no Instituto Nacional de Estatística de 2022, Portugal investe certa de 40 euros por habitante no setor enquanto a média europeia ascende a 113 euros.
“Há uma falta de valorização e investimento. Com as receitas de sempre, dificilmente conseguiremos resultados diferentes. Não podemos continuar com um modelo de financiamento assente nos jogos da Santa Casa. Precisamos que o Estado alargue a fonte de financiamento à receita fiscal. Precisamos também de um modelo mais justo de distribuição das verbas”, afirmou.
Olhando para o desporto com um ângulo bastante alargado, Daniel Monteiro considera fundamental haver, por um lado, maior cobertura desportiva por parte do serviço público de rádio e televisão, e, por outro, mais educação física no primeiro ciclo de escolaridade.
“O desporto só terá futuro se for uma aposta junto dos mais jovens. Precisamos de mais horas de educação física. Precisamos de pelo menos três horas de educação física para os mais jovens, porque é aqui que se constroem hábitos e é aqui que incutem práticas”, sustentou.
Olhando já para o ato eleitoral que se avizinha, a 10 de março, Daniel Monteiro prepara já a apresentação deste documento aos líderes partidários até porque quer sensibilizá-los para a importância da criação de um Ministério do Desporto em vez da existência da secretaria de estado partilhada com quem tutela a da juventude.
“Precisamos de um Ministério do Desporto, porque o desporto tem sido esquecido, e precisamos que haja um reconhecimento político para implementar um conjunto de reformas estruturais para o setor”, asseverou, frisando que Portugal não aproveitou o impacto do PRR para desenvolver o desporto ao contrário da França, que investiu 400 milhões de euros.
Daniel Monteiro garante que já esta quinta-feira será feito um pedido de audiência aos líderes de todos os partidos com assento parlamentar para entregar as “cinco prioridades políticas para a XVI Legislatura”, para conseguir que as propostas deste documento façam parte das propostas eleitorais.
A cerimónia decorreu na Tribuna de Honra do Estádio Nacional, em Oeiras, e serviu também de passagem de testemunho da anterior direção, liderada por Carlos Paula Cardoso, que desejou “um mandato feliz” à atual presidência.
O evento contou com as mais variadas figuras ligadas ao desporto, como Fernando Gomes (presidente da Federação Portuguesa de Futebol), João Benedito (ex-candidato à presidência do Sporting e ex-futsalista), Carlos Dinis (ex-treinador e ex-selecionador nacional dos escalões jovens), Bessone Bastos (ex-atleta olímpico), e também personalidades ligadas à política como o ex-secretário de Estado da Juventude e Desporto Emídio Guerreiro.
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