Maio de 68. No mês em que a França vivia dias agitados e revolucionários, o Benfica não foi capaz de fazer a sua ‘revolução’ em Wembley, na sua quinta final da Taça dos Campeões Europeus. Depois de dois desaires seguidos, frente a AC Milan (1963) e Inter (1965), os encarnados procuravam reencontrar-se com o trilho das glórias alcançadas no início da década.
Do outro lado estava um clube com uma geração inesquecível, com Bobby Charlton, Nobby Stiles e George Best, e a ambição de cumprir o sonho de Matt Busby, o lendário treinador que quase morreu no desastre aéreo de 1958 e que vitimou oito jogadores dos red devils. Dez anos depois, o United reerguia-se da tragédia para chegar à glória.
Em Wembley, o mesmo local onde o Benfica perdera pela primeira vez uma final (1963), foi preciso esperar pela segunda parte para se verem golos. E quem marcou primeiro foi Bobby Charlton, que aos 53’ deu vantagem aos ‘red devils’. O talentoso médio inglês, que dois anos antes tinha guiado a sua seleção ao triunfo no Mundial, usou a cabeça para fazer a diferença no marcador.
Os encarnados reagiram e conseguiram o empate aos 75’, por intermédio de Jaime Graça. No entanto, a formação de Otto Glória até podia ter ido ainda mais longe, caso Eusébio tivesse concretizado uma ocasião de golo flagrante no último minuto. Mérito ao guardião Alex Stepney, que negou o golo ao já então batizado ‘Pantera Negra’ e adiou o jogo para o prolongamento.
O tempo extra foi fatal para o Benfica, que se iria desmoronar no espaço de dez minutos. George Best (93’), Brian Kidd (94’) e Bobby Charlton (99’) tornaram um jogo complicado numa surpreendente goleada. O feito consagrou-os como a primeira equipa inglesa a ser campeã europeia.
Já o Benfica voltava a despedir-se de uma decisão sem o troféu, encerrando com esta final perdida uma década única a nível europeu.
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