O ex-candidato à presidência do Sporting Pedro Baltazar quer saber os valores dos juros dos financiamentos pedidos ao BES e BCP e as empresas e empresários envolvidos nas transferências dos últimos 13 anos, entre as quais a de João Moutinho.
«Ao longo do tempo, quais os valores dos juros dos financiamentos pedidos ao BES e BCP, qual a sua diferença em relação aos valores de mercado e que critérios de aprovação e controlo foram implementados por parte do Sporting nestes financiamentos?», questiona Pedro Baltazar, em nota hoje enviada à Agência Lusa, sobre as conclusões da auditoria às contas do Grupo Sporting, que tornou pública a situação de falência técnica do clube.
Esta e outras questões de caráter técnico e de gestão foram colocadas, em devido tempo e em função das dúvidas que lhe suscitaram, por Pedro Baltazar, através do seu representante na comissão da auditoria, Gonçalo Faria de Carvalho, aos próprios auditores, mas estes remeteram as respostas para o Conselho Diretivo.
Algumas delas têm a ver com a compra e venda de passes dos jogadores, com Pedro Baltazar a solicitar informações sobre «quais os empresários e as empresas que estiveram ligadas, em cada caso, às transações de Bruno Gimenez (97/98), Carlos Miguel (97/98), Julian Kmet (97/98), Maurício Hanuch (98/99), Ayew (99/00), Rodrigo Tello (00/01) e João Moutinho».
O ex-candidato à presidência do Sporting pede, ainda, que lhe seja facultada a «análise de competências realizada na altura em que ocorreram as transferências, a opinião expressa pelas equipas técnicas e o nome da entidade independente que fez a avaliação do valor envolvido em cada uma delas».
No caso da venda do passe de João Moutinho ao FC Porto, consumada na gerência de José Eduardo Bettencourt, Pedro Baltazar pretende saber «quais as entidades que estiveram envolvidas na compra e quais os valores exatos correspondentes a cada uma delas».
Por outro lado, solicita também informações sobre «o custo das rescisões e cedências com jogadores no fecho da época 2010/11 e qual o impacto desses custos na situação da Sociedade Anónima Desportiva [SAD]».
Outro tema sobre o qual se debruça é o do quadro de remunerações, com o ex-candidato à presidência dos “leões” a solicitar os números dos «custos totais de diretores gerais e administradores nas diferentes sociedades do universo empresarial e desportivo do Sporting, bem como a sua evolução ao longo dos anos».
Pedro Baltazar avança, mesmo, com uma pergunta sobre um caso concreto, de um fisioterapeuta, cuja contratação teve um custo anual superior a 300 mil euros, pretendendo saber em que ano foi o mesmo contratado e quem autorizou tal operação.
Uma área que levanta várias questões concretas a Pedro Baltazar é a do imobilizado, com este a querer saber «qual o método da avaliação dos terrenos do Sporting Clube de Portugal seguido pela Luso-Roux e qual a diferença de avaliação verificada entre 1995 e 1996».
«Como foi avaliado o preço pago pelo terreno da Academia de Alcochete? Existem informações sobre o critério de seleção dos principais fornecedores na construção do Estádio e da Academia?», pergunta Pedro Baltazar, que pretende também saber «se é possível obter um comparativo de preços de mercado para as principais vendas e compras de terrenos e se o valor das transações é comparável com as melhores práticas de mercado».
Pedro Baltazar questiona ainda «se existe informação sobre o processo e o custo da cessação do projeto pré-aprovado do estádio com o consórcio liderado pela SOMAGUE e a quem pertencia, em 2001/2004, a Renit SA, que adquiriu os terrenos da Construz e da Quinta de Alvalade».
Finalmente, o ex-candidato à presidência do Sporting pergunta «como foi feito o processo de alienação» ao Grupo Multi Developement C.I. em 2000, por protocolo de promessa com fixação dos preços e aditamentos (de 2001, 2003 e 2009).
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