O Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia aceitou o pedido de Processo Especial de Revitalização (PER) submetido pela SAD do Boavista, anunciou hoje a administração do 14.º classificado da I Liga de futebol.

“Sem a adoção de medidas rigorosas e excecionais, a única alternativa seria a apresentação de um pedido de insolvência, o que culminaria na inevitável liquidação da SAD, frustrando, dessa forma, as legítimas expectativas de todos e a recuperação dos créditos por parte dos credores”, reconheceram os ‘axadrezados’, em comunicado.

Na segunda-feira, a Boavista SAD foi notificada do despacho de aceitação do PER, que permite às empresas em situação económica difícil ou em insolvência iminente a negociação de um acordo com os credores para o cumprimento pontual das suas obrigações.

“É inquestionável para este conselho de administração (CA) o atual cenário de degradação económico e financeiro da SAD, que tem sido agravado por uma carga quase diária de processos executivos e consequentes penhoras por parte dos credores - totalmente entendível, mas absolutamente inibidora da atividade regular da sociedade”, admitiu a sociedade, que é liderada desde maio pelo ex-futebolista senegalês Fary Faye.

O PER vai seguir os trâmites legais previstos e será desenvolvido ao longo dos próximos meses, numa altura em que a Boavista SAD está impedida pela FIFA de inscrever novos futebolistas há quatro janelas de transferências consecutivas, devido a dívidas.

“Face a esta conjuntura, e ciente da responsabilidade de salvaguardar o futuro da Boavista SAD, o novo CA considera não existir outra alternativa senão a submissão de um PER. Este processo inicia-se agora formalmente, depois de ter encontrado vários constrangimentos ao longo das últimas semanas, e será conduzido, nos próximos meses, com o rigor e a seriedade que este período exige”, observou.

Os ‘axadrezados’, que chegaram à paragem da I Liga para as seleções nacionais na 14.ª posição, com nove pontos, um acima da zona de descida direta, ao fim de 11 jornadas, falam num “momento determinante” para criar as condições necessárias à reestruturação económica e financeira da SAD, repondo a sua sustentabilidade e posição no mercado.

“Este novo CA tinha plena consciência, desde o momento em que assumiu os destinos da SAD, da complexidade e exigência inerentes à missão que tinha pela frente, ainda que a realidade tenha superado claramente as piores expectativas”, finalizou.