O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) pediu hoje aos agentes políticos uma "resposta efetiva e eficaz" no combate à violência no desporto e manifestou preocupação com a falta de regulação da lei para a violência.

"Estamos muito preocupados, porque a lei da violência teima em não ser regulada. Estamos numa fase de preparação da nova época e, neste momento, vemos o poder associativo a responder, através dos seus regulamentos, o poder judicial a responder de forma eficaz, até pelo que aconteceu em Alcochete, mas não vemos uma resposta por parte do poder político", afirmou Pedro Proença.

O líder da LPFP falava aos jornalistas após uma audiência com o grupo parlamentar do Partido Social Democrata (PSD), na Assembleia da República. De resto, na véspera, Pedro Proença e o diretor executivo do organismo, João Martins, também foram recebidos pelo Partido Comunista Português (PCP).

Proença lembrou que "há cerca de um mês" houve uma reunião com o secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, e frisou que "a discussão da violência tem de ser primordial relativamente ao poder político", sobretudo depois dos incidentes na academia do Sporting, em Alcochete.

“A Liga tem capacidade para regular o que acontece dentro dos estádios de futebol, mas não pode nem tem poder para regular o que acontece fora destes. Estamos preocupados e o poder político tem de dar uma resposta efetiva e eficaz", vincou.

Apesar de ressalvar que "a Liga não se pronuncia sobre as realidades internas de cada clube", Pedro Proença lamentou a instabilidade que se vive no Sporting.

"O Sporting é uma grande marca do futebol em Portugal. Precisamos de um Sporting forte, alinhado, e esperamos que tudo isto se resolva, a bem do Sporting, mas também de uma Liga profissional forte, com as grandes marcas sempre alinhadas no aspeto positivo", salientou.

Já no que diz respeito aos quatro clubes que estão impedidos de inscrever jogadores ou renovar contratos (Boavista, Desportivo das Aves, Vitória de Setúbal e Leixões), por terem documentação em falta, o presidente da LPFP foi perentório.

“É fundamental a justiça, a equidade e a sã competitividade entre os clubes. Os clubes têm de estar todos em igualdade de circunstâncias e, quem não cumprir os pressupostos, não pode estar nas competições profissionais. Há prazos para serem cumpridos e estaremos todos na expectativa", concluiu.