O treinador Ricardo Soares manifestou-se hoje confiante de que orientará o Gil Vicente na visita ao campeão nacional Sporting, no domingo, da 32.ª jornada da I Liga de futebol, apesar de estar suspenso por 15 dias.
“Muito sinceramente, acho que irei estar no banco, até porque sou dos que acredita que as regras são para todos. Utilizamos a mesma regra que outros anteriormente utilizaram para ir a jogo. Não me passa pela cabeça que agora possam existir duas regras. Se isso acontecer, sei que os meus jogadores estão preparados para chegar a Alvalade e fazer um jogo de acordo com o projetado”, assumiu o técnico, em conferência de imprensa.
Expulso no empate caseiro com o Paços de Ferreira (1-1), por “gestos e/ou linguagem ofensiva, insultuosa ou abusiva” para com a equipa de arbitragem liderada por Rui Costa, da associação do Porto, Ricardo Soares foi punido pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol com 15 de suspensão e uma multa de 2.805 euros.
“Segundo o relatório, disse “isto é uma vergonha, vocês são uma vergonha”. Não sei qual é o objetivo disto. Somos aconselhados, e eu tenho essa preocupação, de não falar dos árbitros no final dos jogos. Aliás, até me faz confusão falar disto, mas tenho de fazer a minha defesa. Os responsáveis pela arbitragem e os árbitros, dizem que podemos falar com eles e não concordar com as suas decisões. Então, digam-me qual o adjetivo que tenho de usar num lance em que o país inteiro assistiu a um erro inqualificável”, atirou.
Em causa está o penálti que deu origem ao golo dos ‘castores’, aos 48 minutos, quando Rui Costa considerou existir falta na área do togolês Emmanuel Hackman sobre Nuno Santos e ouviu o videoárbitro Miguel Nogueira (VAR), confirmando a sua decisão inicial.
“O quarto árbitro e o VAR acharam que não era penálti. Parece-me que o Conselho de Disciplina também não achou, pois não nomeou o árbitro [Rui Costa] para nenhum jogo das ligas profissionais [este fim de semana]. Não sei se é coincidência ou não. Sei é que perdi dois pontos por um erro inqualificável de um elemento que integra o jogo”, notou.
Admitindo que essa decisão arbitral “pode ser suficiente para tirar o quinto lugar ao Gil Vicente”, Ricardo Soares lembrou que “um treinador vive de resultados e um árbitro de boas prestações”, sob pena de “ser prejudicada” a carreira técnica e o clube em causa.
“Temos uma equipa que joga futebol de grande qualidade e tem a preocupação de não rodear árbitros. Eles tiveram um comportamento fantástico em privilegiar o jogo. Não treino anti-jogo e estou constantemente a dizer aos meus jogadores para não se atirarem para o chão, de forma que o jogo possa ser limpo. Faço questão de ter estes valores no meu dia-a-dia para não ganhar a qualquer custo, mas de forma limpa e justa”, reiterou.
De acordo com a imprensa desportiva, o Gil Vicente entregou uma providência cautelar no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) para suspender preventivamente o castigo de Ricardo Soares, que também viu o adjunto Maurício Vaz ser punido com uma partida.
“[A ausência do banco] Tem sempre o impacto natural de um líder que não está presente para jogos importantíssimos. Faltam três jogos para acabar o campeonato e gostava de estar a falar de um duelo contra uma excelente equipa, um grandíssimo treinador e um clube que tem dado passos largos numa evolução excelente para estar mais perto de títulos. Do meu lado, o clube dá-me todas as condições para ter sucesso”, finalizou.
Ricardo Soares já esteve ausente do banco de suplentes esta época no empate na visita ao Estoril Praia (2-2), da oitava ronda, devido a expulsão, e na vitória em Vizela (1-0), da 22.ª, depois de ter sido o primeiro treinador da prova a receber cinco cartões amarelos.
O Gil Vicente, quinto colocado, com 48 pontos, visita o campeão nacional Sporting, vice-líder, com 76, no domingo, às 20:30, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, em encontro da 32.ª jornada da I Liga, com arbitragem de António Nobre, da associação de Leiria.
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