A SAD do Vitória de Guimarães, responsável pela equipa que compete na I Liga portuguesa de futebol, concluiu a época 2019/20 com um resultado positivo de 274.480 euros, confirmando uma tendência ininterrupta desde a época 2014/15.
O relatório e contas da temporada anterior, documento a que a Lusa acedeu e que vai ser votado em assembleia geral de acionistas, em 29 de setembro, mostra que a SAD vimaranense se manteve no ‘verde’ após ter conseguido resultados positivos de 1,25 milhões de euros, em 2014/15, de 364 mil euros, em 2015/16, de 2,8 milhões, em 2016/17, de 810 mil euros, em 2017/18, e de 1,2 milhões, na temporada 2018/19.
Numa época com duas administrações - a anterior, liderada por Júlio Mendes, até 30 de julho de 2019, e a atual, presidida por Miguel Pinto Lisboa desde essa data -, os vitorianos registaram um saldo positivo entre rendimentos e gastos de 6,4 milhões de euros (descida de 10% face a 2018/19), reduzido para pouco mais de 274.000 euros face à desvalorização de passes de jogadores e de material (amortizações e depreciações), aos juros e aos impostos.
Os rendimentos totais do Vitória cresceram 21,4% em relação à época 2018/19 e fixaram-se nos 32,69 milhões de euros, graças ao aumento das vendas relativas à atividade corrente da SAD, para os 17 milhões, mas também aos 15,49 milhões de ganhos que incluem vendas de jogadores, nomeadamente Tapsoba, defesa transferido por 18 milhões para os alemães do Bayer Leverkusen em janeiro de 2020, na "operação mais avultada da história da SAD", indica o relatório.
A subida dos rendimentos foi acompanhada por um aumento de 32,6% nos gastos totais, de 19,8 milhões de euros, em 2018/19, para os 26,25 milhões contabilizados na época passada.
Os gastos com pessoal aumentaram 39%, para os 16,1 milhões de euros, numa época em que o número de funcionários da SAD passou de 144 para 175.
O número de futebolistas com contrato profissional aumentou de 81 para 105 e refletiu-se num aumento de 44% na massa salarial - passou de 7,26 para 10,47 milhões de euros.
Entre as despesas vitorianas, contam-se ainda quase 2,5 milhões de euros destinados à compra de passes de 23 jogadores, sendo os mais caros o médio Mikel Agu, adquirido ao FC Porto por 810 mil euros, o avançado Bruno Duarte, recrutado aos ucranianos do Lviv por 635 mil euros, e o médio Blati Touré, que não disputou qualquer jogo em 2019/20, depois de contratado aos espanhóis do Córdoba por 350 mil euros.
O relatório indica ainda que o ativo total da SAD subiu dos 26,25 para os 27,86 milhões de euros, apesar do valor de avaliação do plantel ter descido de quase 14 milhões de euros, em 2018/19, para os 10,3 milhões, na época transata.
Já o passivo total aumentou dos 22,09 para os 23,45 milhões, devido à subida do passivo corrente em 1,9 milhões de euros, motivada "em parte" pelas "operações com jogadores", indica o documento.
Na mensagem aos acionistas, o presidente da SAD, Miguel Pinto Lisboa, afirma ter o objetivo de "esbater o défice crónico entre receitas e custos" e defende que a "rápida e efetiva deteção de talentos", tanto para o plantel principal como para a formação é o caminho que o Vitória de Guimarães deve seguir rumo ao "sucesso".
Comentários