No Olival, Sérgio Conceição realizou, esta sexta-feira, a conferência de antevisão ao duelo da 29.ª jornada da Primeira Liga, frente ao Famalicão, no Estádio do Dragão.
O técnico portista abordou o momento dos famalicenses, a possibilidade de uma nova dupla de centrais devido à ausência de Pepe e Fábio Cardoso, o pouco tempo de jogo útil e o decontrolo emocional da equipa.
O que espera do Famalicão e as ausências nos famalicenses "Espero um Famalicão à imagem do que tem sido esta época, mesmo como João Pedro [Sousa], o Famalicão sempre foi competente, a fazer um campeonato dentro do que esperava. Analisámos os últimos dois jogos com mais pormenor, que fizeram com este novo treinador, o Armando [Evangelista]. Chiquinho e Riccieli estavam bem. Vão entrar outros com nível porque o Famalicão tem um plantel bem apetrechado, Vamos defrontar uma boa equipa da nossa liga. Mais um jogo difícil. Temos de fazer o máximo para ganhar".
Ausência de Fábio Cardoso obriga a uma nova dupla de centrais. Zé Pedro tem sido chamado como vê o crescimento do jogador? "O Zé Pedro faz parte da equipa e do grupo. Tem alternando entre a equipa principal e a equipa B, onde é capitão. Tem evoluído de forma positiva. Tem sido um trabalho bastante interessante. É um jogador em quem confiamos e faz parte do lote de centrais da equipa. Não jogando, logicamente é importante para a equipa B, onde fez grande parte da evolução, mesmo treinando connosco. Estamos contentes com os centrais. Vão jogar os que eu achar melhor. Posso fazer uma adaptação nunca se sabe.
Quanto ao Pepe, foi um dos primeiros a chegar aqui e a trabalhar. Sempre com a mesma ambição e dedicação. Não houve diferença nenhuma no comportamento. O estado de espírito quando se perde e acontece algo assim não é o melhor, como é evidente. Para nós, o que já não é novidade nenhuma, é darem mais ênfase à reação e não à causa. É habitual isso e tudo aquilo que são os processos levantados, faz parte da imagem que foi a época. E não posso falar mais se não levo um processo".
Perigo extra devido às ambições do Famalicão? "O principal perigo é tudo o que advém da nossa equipa, do ambiente que podemos ou não criar e por vezes as incidências do próprio jogo. Não temos tido muita sorte com algumas situações dos jogos, recordo alguma ou outra infelicidade da terceira equipa [arbitragem] ao não assinalar situações em que o jogo mudaria. Fui ver o nosso último jogo contra o Vitória SC sofremos 23 faltas, poucos cartões, muitas vezes o jogo interrompido... Somos a última equipa com menos tempo útil de jogo e isso quer dizer alguma coisa, queremos ganhar os jogos. Queremos manter um ritmo alto de jogo, mas é difícil, mostram-se cartões amarelos... Apanhamos equipas muito boas em termos de organização, mas há situações em que olhamos em que vemos o FC Porto o penúltimo lugar no tempo útil de jogo e não é normal. Alguma falta de capacidade de mérito nosso para dar a volta por cima, também tem acontecido".
Mentalidade da equipa: "Também é importante. Os treinadores de campo de todas as equipas são muito bons, mas depois há essa vertente mais emocional do jogo que faz com que o foco, a capacidade de ser intenso, agressivo, muitas vezes é comandado pelo estado emocional. Trabalhamos isso. É um papel tão importante como a estratégia que definimos e não é fácil. No momento em que vivemos, talvez seja o ano mais difícil nesse aspeto, pelo que o clube vive neste momento... Não excluo alguns pontos perdidos por demérito nosso".
A preparação depois de duas derrotas: "Há sempre situações a analisar em função do que temos e que o jogo nos dá de positivo e de negativo. É pegar no que não correu também bem ir para o campo e trabalhar. Mas há sempre algumas situações negativas que impedem a equipa de se apresentar com mais soluções, os castigos, a lesão... mas estamos aqui para arranjar soluções, para que a equipa entre no jogo focada no que tem de fazer. Não vale a pena olhar para o que passou, há que trabalhar em cima disso, e concentrar no jogo de amanhã".
Porque é que não tem conseguido resolver o descontrolo emocional da equipa? "São as situações que estávamos a falar. Situações que são consequência do q tem acontecido, os jogadores deviam fechar os olhos a algumas coisas, mas circulam algumas notícias e é difilcil eles ainda terem calma e o foco porque isto não nos leva a nada, só nos prejudica. Não é nervos, isso gosto, mas entrar em irritação com o que não podemos controlar só nos prejudica. Não é fácil. Há duas formas de ver isto, o Pepe descontrolou-se - não vai haver outro Pepe durante muitos anos, com tanta qualidade, que seja tão competitivo.
Vejo os exemplos de um Pepe, de um Cristiano Ronaldo, coisas que por vezes num jogo vivido com muita emoção e paixão... Tem a ver com essas carreiras longas, tem três Ligas dos Campeões, pode fazer um excesso, e é isso que depois conta. Falo do Pepe, do Ronaldo, dou graças a Deus por termos gente desta, que é portuguesa. O brilhantismo desses jogadores não é metido cá para fora, carreiras cheias de êxitos, competições ganhas, uma competitividade que não é normal. A irritação não é boa, não é positiva, porque precisamos de ter os jogadores ligados, mas com frescura mental".
Sente necessidade de alterar o dia a dia da equipa? "Alguns jornalistas sabem que tivemos aqui sessões bidiárias nos dois dias pós-Vitória SC. Gosto de enfrentar os problemas, não posso esconder debaixo do tapete, as coisas têm de ser faladas. Não podemos andar aos beijinhos. Consoante o momento vamos ajustando o nosso treino, se é bidiário ou não. Pagam-me para isso, para tirar a equipa de uma situação menos positiva e para dar a volta, para voltarmos a ser uma equipa alegre, para termos os resultados positivos que queremos".
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