O treinador do FC Porto disse sentir-se "nostálgico" no jantar de homenagem à equipa do Leça da época 1994/1995, pela qual venceu o seu primeiro título enquanto futebolista profissional, a II Liga de futebol.
Sérgio Conceição mostrou-se feliz por rever, no sábado, antigos companheiros de equipa, entre os quais Jordão, Constantino e Cao, e sobretudo o antigo treinador da formação leceira, Joaquim Teixeira, que considera ser "uma pessoa espetacular", por quem nutre um "contacto, carinho e amizade muito fortes".
"Tive a sorte de apanhar jogadores muito bons a nível de qualidade futebolística, mas também humana. A prova disso é que depois de quase 30 anos estamos aqui todos num ambiente fantástico. Éramos um grupo de amigos, muito bem orientado pelo Joaquim Teixeira e pelo nosso presidente, Manuel Rodrigues. É um bocado nostálgico, mas é uma alegria rever essas pessoas que já não via há muitos anos.[...] Este é o verdadeiro futebol, o mais puro", exclamou.
Num regresso às origens, Conceição fez questão de sublinhar que a sua "vontade de vencer" foi alimentada pelas "vicissitudes da vida" e por cada etapa que ultrapassou, valorizando assim a sua passagem pelo Leça, por empréstimo do FC Porto, numa fase inicial da sua carreira futebolística.
"Foi uma etapa importante. Essa vontade de ganhar foi-se construindo, é um bocadinho a essência de cada um. Depois, vai-se reforçando por tudo aquilo que são as vicissitudes da vida. Não nego que tudo o que aconteceu de mais difícil na vida foi importante para ter hoje o caráter que tenho e ser a pessoa que sou. Admito que, às vezes, com alguns exageros, mas fazem parte do que eu sou como pessoa", confessou o treinador.
Quando questionado sobre um momento que tenha marcado a temporada de 1994/1995, o técnico que lidera o FC Porto desde 2017 disse guardar na memória os golos apontados, "poucos, mas importantes", e a lesão que sofreu no menisco, momento em que "o mundo desabou para alguém que vive tão intensamente".
"Tive a ajuda destes jogadores que aqui estão e de outros que, infelizmente, já partiram e foram importantíssimos na minha caminhada. Todas as pessoas que vamos encontrando na vida tenho um bocadinho de cada um deles", explicou.
Sérgio Conceição não deixou de comentar a situação atribulada que o emblema leceiro viveu nos últimos anos, nomeadamente com a subida negada ao terceiro escalão em 2021/2022 por motivos administrativos, dizendo que tem "carinho" pelos clubes que passam por esse tipo de dificuldades.
"O futebol não está fácil para ninguém e essa dificuldade acentua-se mais nas divisões secundárias. É com esta paixão que se consegue ir buscar essa força e dinamizar um clube que merece não merece estar nos lugares em que está agora. É preciso a força de toda a gente. Acredito que, com essa capacidade humana e com a ajuda de pessoas que têm capacidade financeira, é possível meter o Leça noutro patamar", sentenciou.
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