Na terça-feira, em conferência de imprensa, após a derrota do Benfica com o Santa Clara (4-3), para a I Liga, no Estádio da Luz, Bruno Lage foi questionado sobre uma eventual demissão do cargo de treinador dos ‘encarnados', acabando por lançar suspeitas sobre a idoneidade dos jornalistas e acusando-os de cederem a "almoços, jantares e viagens".
"Desde a terceira jornada, no jogo com o FC Porto, que vocês estão muito preocupados com o meu lugar. Aliás, até antes desse jogo. Até me chegaram a perguntar qual era o meu ordenado. Vejo sempre muitas preocupações em relação ao meu lugar. Às vezes fico a pensar quem é que vocês andam a tentar promover para entrar no meu lugar. Ou até quem é que vos anda a pagar alguns almoços, jantares ou viagens para entrar aqui no meu lugar. O lugar não é meu, é do Benfica", afirmou Lage.
Num comunicado publicado no site oficial, o Sindicato dos Jornalista considera as declarações de Bruno Lage "graves" e pede provas ao técnico encarnado.
"Bruno Lage acusou os jornalistas de alegados jogos de influência a troco de refeições e viagens. Perante a gravidade das acusações feitas, o SJ solicita ao treinador que apresente as provas que sustentam as suas suspeitas, que são graves e põem em xeque toda uma classe profissional", escreve o Sindicato.
O organismo exige ainda que, caso essas provas não existam, Bruno Lage " se retrate publicamente e ao Benfica que se demarque das declarações do treinador".
"As considerações de Bruno Lage, com a visibilidade que o futebol lhe confere, não podem ficar sem um cabal esclarecimento, a bem da verdade jornalística e desportiva", acrescentam.
O Sindicato dos Jornalistas pede ainda que as Direções de informação dos órgãos de comunicação social e os próprios jornalistas "reajam ativamente a este tipo de atitudes, que atentam contra os jornalistas coletivamente, e tomem posição pública contra as mesmas".
*Artigo atualizado às 17h00
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