O Sindicato dos Jornalistas (SJ) repudiou hoje os insultos e a agressão de que foi vítima o jornalista da TVI Valdemar Duarte, após o FC Porto-Sporting de Braga, da 11.ª jornada da Liga portuguesa de futebol.

Em comunicado, o SJ refere que Valdemar Duarte «foi insultado pelo presidente do clube quando se encontrava a descer da tribuna de imprensa e dirigia-se à sala de imprensa do Estádio do Dragão», após o jogo, que terminou com 3-2 favorável aos campeões nacionais.

O órgão representativo da classe dos jornalistas manifestou solidariedade para com Valdemar Duarte e considerou «absolutamente inaceitável» o comportamento de Pinto da Costa e de outros elementos que acompanhavam o presidente do FC Porto.

«Posteriormente, o mesmo jornalista foi agredido por um elemento que acompanhava Pinto da Costa e foi ameaçado fisicamente por elementos da equipa de segurança privada de serviço ao Estádio do Dragão», no domingo, refere-se no documento.

O SJ entende que «o agressor deve ser punido exemplarmente, já que não pode haver qualquer justificação para a violência - física ou verbal -, nem se pode aceitar que dirigentes desportivos exerçam retaliações de qualquer tipo, porque não gostem da forma como este ou aquele profissional, este ou aquele órgão de informação realizem a sua missão de informar ou exercem o direito à opinião».

Por isso, o SJ pediu a jornalistas «e outras pessoas que testemunharam os acontecimentos para que de disponibilizem a depor no inquérito judicial que necessariamente terá de ser aberto».

Independentemente de uma ação que Valdemar Duarte possa interpor no tribunal - a TVI ainda não se pronunciou -, o SJ vai apresentar queixa na ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social).

A direção nacional do sindicato apelou ainda à Liga «e às demais autoridades para que contribuam para a reposição do respeito pela integridade física dos jornalistas».

Encorajou também os profissionais em serviço no FC Porto e em outros clubes «para que continuem a desempenhar a sua missão com a maior coragem e a resistir à intimidação física ou psicológica, fazendo respeitar o direito dos cidadãos à informação livre e independente».