O treinador Rui Vitória, que vai iniciar funções ao comando dos russos do Spartak Moscovo a partir de junho, enalteceu hoje a justiça da conquista do título da I Liga de futebol pelo Sporting.
Em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de entrega da Bandeira da Ética ao programa Football Kids Fair Play (FKFP), atribuída pelo Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED) do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), em Carnaxide, o técnico, de 51 anos, evidenciou a união e entrega dos ‘leões’ ao longo do campeonato.
“Acho que [o Sporting] foi um justo vencedor, teve um trabalho meritório. As outras duas equipas, Benfica e FC Porto, que, normalmente, estão naqueles patamares, foram perdendo pontos e o Sporting conseguiu perceber aquilo que estava nas suas mãos e lutou arduamente por isso”, reiterou.
Para o antigo treinador de Benfica, Vitória de Guimarães e Paços de Ferreira, o campeonato foi “bem disputado” e mostrou ainda, no seu entender, uma “belíssima campanha” do Sporting de Braga, coroada com a vitória na Taça de Portugal, e “um trabalho brilhante” do Paços de Ferreira, que alcançou o quinto lugar e o acesso às competições europeias da próxima época. No entanto, o título do Sporting, 19 anos depois da última conquista, mereceu o maior elogio.
“Fiquei contente pela forma como a equipa se organizou, pela ligação que houve entre direção e equipa técnica, e pela forma como os jogadores em todos os momentos do campeonato se bateram por cada um dos resultados. Isso gostei de ver”, realçou.
Ainda em relação ao campeonato, e aproveitando a sua presença num evento onde o ‘fair play’ e a ética no desporto foram os temas dominantes, Rui Vitória defendeu que Portugal tem ainda um caminho a percorrer no sentido de uma maior “educação e cultura desportiva” e que esse trabalho deve intensificar-se junto dos mais jovens.
“Temos uma indústria do futebol que é fortíssima, uma das mais ricas do nosso país, temos belíssimos jogadores, bons treinadores, bons clubes, e estamos a fazer boas equipas nesta relação entre aquilo que existe e aquilo que fazemos. Agora, é fundamental pensarmos onde não estamos tão bem e, na minha perspetiva, é esta questão do ‘fair play’. O trabalho que devemos fazer é a longo prazo”, observou.
Confrontado com as várias expulsões de treinadores da I Liga ao longo desta temporada, com particular evidência nos maiores emblemas, Rui Vitória recusou restringir o tema aos técnicos.
“Os treinadores são um dos agentes do futebol, mas não nos podemos reduzir a isso. Os treinadores e os jogadores têm sido, talvez, os principais agentes da divulgação de boas práticas no futebol”, concluiu.
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