No dia do 117.º aniversário do Benfica, Luís Filipe Vieira concedeu uma entrevista à BTV na qual abordou o momento atual do clube. Questionado sobre o que falhou no planeamento da época para que o Benfica esteja, neste momento, a 16 pontos do líder do campeonato, o Sporting, com um jogo a menos, Vieira garantiu que hoje faria tudo “igual” e assegurou que Jesus deu o seu aval a todas as contratações.
“Tenho o documento que ele me entregou dos jogadores que pretendia e não houve um jogador que ele não dissesse que sim. Foi o plano [da época] possível de fazer-se com as exigências do Jorge Jesus e daquilo que ele entendia”, garantiu.
"Ele [Jesus] queria o Cabrera, mas desistimos porque estavam a pedir-nos 15 milhões de euros e o Espanhol estava a dever-nos [por causa da transferência de Raul De Tomás]. E o Koch [que entretanto se transferiu do Friburgo para o Leeds]. Também o queria. O Rui Costa foi à Alemanha, mas esse era impossível", explicou.
"O Jorge [Jesus] queria o Everton, comprámos o Everton. Darwin: pedido exclusivo do Jorge, o Rui Costa foi a Almería contratá-lo. O Otamendi veio porque o Ruben Dias saiu, e o Vertonghen veio com o consentimento dele, apesar de não ser o que ele queria. O Gilberto também foi um pedido do Jorge Jesus. O Pedrinho era um jogador que não foi contratado quando o Jorge estava cá, mas passado uns tempos disse-me: ‘Luís, enganei-me com o Pedrinho, é um craque’", continuou.
"Foi um plano que foi possível fazer-se com as exigências de Jorge Jesus. Todas estas contratações foram discutidas entre mim, Rui Costa, Jorge Jesus e o Tiago Pinto. Há total sintonia entre mim e o Jorge. Estou lá [no Seixal] todos os dias. Há um compromisso entre todos nós. Não há um benfiquista que não criasse expectativas com este plantel. Sabemos os jogadores que temos", atirou.
Ainda assim, Vieira admitiu que as aquisições feitas pelo Benfica antes do arranque do campeonato criaram “uma expectativa” nos adeptos e nas pessoas ligadas ao Benfica, mas garantiu que a crise de resultados não se deve à qualidade das contratações.
“Há aqui jogadores que precisam de um período de adaptação. Se calhar, foi um dos fatores que não ponderámos, é um dos erros que fizemos. Não é pela falta de qualidade deles. São todos internacionais”, sublinhou.
Os jogadores, de resto, estão “conscientes dos objetivos”, que “estão bem definidos”, e neste aspeto o presidente do Benfica mostrou-se alinhado com Jorge Jesus, ao garantir que “ninguém baixou os braços” e que o Benfica vai lutar pelo título “até ser matematicamente possível”.
“Caso isso não suceda, o segundo lugar será um grande objetivo, para irmos à Liga dos Campeões, e temos uma Taça de Portugal para conquistar. Já ganhámos um campeonato com oito pontos de atraso, já perdemos um com oito pontos de avanço. Temos de continuar a acreditar que é possível, mas é preciso que estejamos todos unidos nesse objetivo”, lembrou.
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