O Vitória de Guimarães vai passar a deter 51% do capital da SAD responsável pela equipa da I Liga portuguesa de futebol em 30 de novembro, anunciou hoje o presidente do clube minhoto, Miguel Pinto Lisboa.
O clube vimaranense, que detém 40% da SAD desde a sua criação, em 2013, vai adquirir, nessa data, 11% do capital por 1,3 milhões de euros, ao abrigo do acordo estabelecido para a compra de todas as ações da Mário Ferreira Andrade S.A. (MAF), detentora até agora de 56,4% do capital, por 6,5 milhões em três tranches, até 31 de março de 2022, conforme informação hoje anunciada no sítio oficial vitoriano.
"O primeiro pagamento será feito com a devolução dos suprimentos que a SAD paga ao clube. Portanto, a primeira tranche corresponde a 1,3 milhões de euros, que corresponde a 11% do capital. Ficará já liquidada no dia 30. Depois [de conseguida a maioria], iremos rever o protocolo entre o clube e a SAD", esclareceu o dirigente, em conferência de imprensa decorrida no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.
Presidente do clube e do conselho de administração da SAD desde julho de 2019, Miguel Pinto Lisboa realçou que o dia de hoje é "histórico" para o Vitória de Guimarães, que vai garantir, com a operação em marcha, uma "liderança firme e independente do seu futebol" para o futuro.
O responsável vitoriano frisou que, com a compra das ações da SAD à MAF, empresa detida por Mário Ferreira, vai garantir aos sócios a "palavra" para definirem "o montante que o Vitória Sport Clube deve ter na sua SAD" - com a compra das ações, o clube vai passar a deter 4,34 dos 4,5 milhões do capital social.
Miguel Pinto Lisboa defendeu que os interesses do Vitória ficarão "salvaguardados com uma posição maioritária", não fazendo sentido o clube manter 96,4% das ações, quando os "recursos são escassos" e uma percentagem de 51% "serve os interesses", mas frisou que a alienação de parte do capital só deve ocorrer caso surja um "parceiro estratégico", alinhado com o que a sua administração preconiza para o futebol.
"A estratégia desta administração para o negócio do futebol passa pela aquisição de jogadores a preços não muito elevados, pela aposta na formação e em jovens valores, que, de forma consistente e equilibrada, permitam ao Vitória estar sistematicamente nos quatro primeiros. É um processo de médio prazo. O nosso objetivo não passa por ter um parceiro que venha especular com o Vitória", referiu.
Questionado ainda sobre a postura de Mário Ferreira nas negociações, Miguel Pinto Lisboa frisou que o empresário luso radicado na África do Sul teve sempre uma posição de "cordialidade", mas decidiu alienar a sua parte do capital, após não ter podido participar na gestão da SAD.
"Não houve nenhuma divergência com o investidor. Só temos de agradecer a Mário Ferreira e à MAF o facto de, num momento difícil da história do Vitória [criação da SAD, em 2013], terem aparecido para a resolução desse problema. Cada um seguirá o seu caminho", disse.
Em abril de 2013, Mário Ferreira adquiriu 56,4% do capital da recém-formada SAD, por cerca de 800 mil euros, e manteve essa percentagem, após o aumento do capital social para 4,5 milhões de euros, aprovado em 2016.
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