A Câmara de Matosinhos não vai deixar que seja montada uma bancada fora do estádio do Mar, levando os promotores da iniciativa a concluir que a autarquia «virou as costas aos leixonenses».
A bancada foi a solução encontrada por «grupo de sócios» do Leixões para tentar ver o jogo entre a sua equipa e Aves, no próximo domingo (16:00), que vai ser realizado à porta fechada, por decisão do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol.
O CJ puniu o Leixões alegando que alguns adeptos do clube tiveram comportamentos racistas face a um jogador do Belenenses, quando esta equipa visitou o Estádio do Mar, em jogo da II Liga (1-1), a 27 de outubro de 2012.
«A bancada não vai estar lá porque a Câmara não quer, ponto final. Não é por mais nada», disse hoje à agência Lusa, em tom muito crítico, um elemento do grupo de sócios que decidiu alugar a estrutura e instalá-la «entre o pavilhão e o muro da bancada visitante».
O mesmo elemento, que pediu anonimato, afirmou que, na quinta-feira à noite, uma delegação de três sócios teve «uma conversa pessoal com o presidente da Camara, Guilherme Pinto, na Rua de Álvaro Castelões», tendo o autarca informado que não iria autorizar que a bancada fosse montada naquele terreno, por ser municipal.
Os sócios dizem que foram apanhados «de surpresa», pois, afirmam, na véspera receberam a indicação de que era «para avançar».
Os promotores concluem que a Câmara agiu com incoerência, pois até elogiou a iniciativa considerando-a «um protesto criativo».
Contactada hoje pela agência Lusa, a Câmara informou que iria emitir um comunicado com a sua posição sobre o assunto.
A bancada tem 320 lugares, «está certificada e é legal» e o seu aluguer incluía um seguro «no valor de um milhão de euros», salientam ainda os promotores.
«A Câmara é a instituição que mais devia apoiar e defender o Leixões e virou as costas aos leixonenses e aos matosinhenses», disse à Lusa aquela fonte, antevendo que, no domingo, dia do Leixões-Aves (16:00), «as pessoas vão andar por cima dos muros para tentar ver o jogo».
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