O Estoril Praia, da II Liga, manifestou na quinta-feira "profundo repúdio" pela decisão do Governo de permitir apenas o regresso da I Liga de futebol, devido à pandemia de COVID-19.
"Esta decisão merece o profundo repúdio por parte da Estoril Praia – Futebol, SAD", lê-se num comunicado do clube, que considera que "não existem motivos objetivos válidos que justifiquem uma distinção entre a I e II Ligas", nem "existem motivos objetivos válidos que justifiquem a retoma da I Liga e não da II Liga".
Incluída nas medidas de desconfinamento aprovadas na quinta-feira em Conselho de Ministros, a retoma do campeonato ainda está sujeita à aprovação por parte da Direção-Geral da Saúde (DGS) de um plano sanitário apresentado ao Governo pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), conforme explicou o primeiro-ministro, António Costa.
O Estoril Praia realça que este plano foi "elaborado por todos os departamentos médicos das sociedades desportivas" das duas provas profissionais e que "os cenários constantes desse protocolo foram desenhados tendo em conta as especificidades de todas as sociedades desportivas – I e II Ligas".
"A qualificação e exigência dos corpos médicos das sociedades desportivas – I e II Ligas – é transversal. A idade e condição física dos atletas é homogénea na I e II Ligas. O risco – baixo – dos atletas é idêntico na I e II Ligas", lê-se.
O clube 'canarinho' recorda que "as sociedades desportivas que participam na I e II Ligas são profissionais e todas têm de cumprir um escrupuloso procedimento de licenciamento para participar nas competições desportivas".
"A Estoril Praia – Futebol, SAD, espera que a informação dada pelo Senhor Primeiro Ministro tenha sido apenas um lamentável lapso, que vai a tempo de ser corrigido, tratando-se de forma igual o que é igual e permitindo-se que terminem em campo todas as competições desportivas profissionais", conclui.
As medidas de desconfinamento, aprovadas no âmbito da transição do estado de emergência, que cessa no sábado, para o estado de calamidade, permitem ainda a realização da final da Taça de Portugal de futebol e a prática de desportos individuais ao ar livre, mas não a retoma da II Liga de futebol.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 230 mil mortos e infetou mais de 3,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Cerca de 908 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 989 pessoas das 25.045 confirmadas como infetadas, e há 1.519 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
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