O Leixões anunciou esta segunda-feira, em conferência de imprensa, que vai recorrer para "todas as instâncias possíveis" da sentença do Tribunal Central Criminal de Lisboa, que proibiu o clube de jogar durante dois anos na I e II Liga, no âmbito do julgamento do processo Jogo Duplo.
Paulo Lopo, presidente da SAD leixonense, surgiu no auditório do Estádio do Mar acompanhado por Jorge Moreira, presidente do clube, e por Jorge Gomes, advogado da SAD. Dirigindo-se aos sócios presentes, Paulo Lopo adiantou que "o primeiro passo" é "recorrer para o Tribunal da Relação", apelando à "união" dos associados.
“Ao longo do processo nunca existiu qualquer imputação de ato ilícito à SAD, apenas a algumas pessoas que nela trabalham. Isso implica a nulidade da condenação e da pronúncia, pois ninguém pode ser condenado por crimes sem que lhe sejam imputados casos reais”, justificou o dirigente.
O advogado Jorge Gomes reiterou que “não existe qualquer tipo de imputação de factos, quer na acusação, quer na pronúncia à própria SAD”, pelo que, lembra, “esta não se pode defender, porque não sabe de quê”.
“A SAD suscitou a questão da nulidade do processo. O coletivo (de juízes) referiu que não se iria pronunciar sobre ela, motivo pela qual a SAD do Leixões interpôs logo recurso dessa decisão. Vai subir (a tribunal superior) juntamente com outros recursos que resultem do despacho”, garantiu.
O Leixões foi condenado na sexta-feira a dois anos de proibição de participar na I e II ligas, no âmbito do julgamento do processo denominado de Jogo Duplo, relacionado com viciação de resultados no futebol profissional português.
O clube matosinhense, atual 11.º classificado da II Liga, foi punido por um crime de corrupção ativa e condenado ainda ao pagamento de uma multa no valor de 60 mil euros.
Receberam penas de prisão efetiva o empresário Gustavo Oliveira, condenado a seis anos e seis meses, e Carlos Daniel Silva 'Aranha', elemento da claque Super Dragões, com seis anos e nove meses, ambos por um crime de associação criminosa e quatro crimes de corrupção ativa.
Também condenados foram os antigos futebolistas Rui Dolores, com cinco anos e seis meses por um crime de associação criminosa e três crimes de corrupção ativa, Hugo Guedes 'Moedas', com cinco anos e nove meses por um crime de associação criminosa e quatro crimes de corrupção ativa, e João Tiago Rodrigues 'João Carela', com cinco anos e dois meses por um crime de associação criminosa e três crimes de corrupção ativa.
“Perante o que já veio a público, nenhum dos arguidos se reviu na sentença e a SAD também não. Primeiro, porque considera que existe uma questão processual. Falta a imputação de factos para esta se poder defender, como prevê o código do processo penal”, insistiu.
O presidente do clube, Jorge Moreira, assumiu que a imagem do Leixões “obviamente será beliscada” com este processo, nomeadamente quanto a “alguns problemas em termos de 'sponsorização'”.
“Espero por justiça. Recorrendo da sentença que seja apurada a verdade desportiva”, resumiu.
*notícia atualizada às 18h48
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