Em entrevista à agência Lusa, o técnico madeirense, de 35 anos, manteve-se cauteloso no discurso, mas não escondeu a personalidade competitiva: "Julgo que a equipa cresceu e potenciou-se e acredito neles para vencer o campeonato".
O Beira-Mar lidera a Liga de Honra desde a 14.ª jornada, mas Jardim recorda que o percurso não foi isento de dificuldades, sublinhando que "a principal virtude da equipa é ser profissional e competitiva e possuir a capacidade de saber sofrer".
O clube "aurinegro" viveu uma época conturbada, com crises directivas e financeiras, que se traduziram em atraso no pagamento de salários, e o técnico diz que essas dificuldades foram superadas " com a convicção de que a prestação desportiva tinha de ser a melhor".
"O plantel demonstrou um rigor profissional muito grande e uma vontade de querer fazer bem o seu trabalho, independentemente das condições externas não serem favoráveis", acrescentou.
Leonardo Jardim chegou a Aveiro após cerca de uma temporada a meia a treinar o Desportivo de Chaves, conduzindo a equipa a equipa transmontana da segunda divisão à Liga de Honra, e lembra porque decidiu aceitar o convite para treinar o Beira-Mar.
"Decidi-me pela dimensão do clube e também pela análise que fiz do plantel e da estrutura do futebol. Acreditava que poderia ser melhor rentabilizada e que eventualmente poderíamos fazer uma boa campanha, mesmo sem grandes investimentos", sublinhou.
O regresso ao escalão principal não foi objectivo traçado inicialmente: "Quando trabalhamos com a ambição, o intuito é subir de divisão, mas o que procurávamos de início era estruturar o clube em termos de futebol e tornar a equipa competitiva".
Leonardo Jardim tem dificuldades para se descrever enquanto técnico de futebol mas garante que é "um profissional a tempo inteiro, uma pessoa dedicada à causa" e que não está no futebol para fazer amigos.
"Levo o futebol como o meu lema de vida e dou-lhe grande importância e respeito", afirmou o treinador, acrescentando que gosta de levar este desporto “de forma séria e competitiva” e que o encara “sempre para ganhar".
O contrato com a formação aveirense termina no final da época e o treinador não quer entrar no campo das hipóteses, mas deixou escapar: "Imagino-me a trabalhar na Liga e se for com o Beira-Mar era prova de que tínhamos subido e seria uma satisfação enorme".
A três jogos do final, o clube de Aveiro ocupa a 1ª posição com 48 pontos, os mesmos que o Portimonense, logo seguidos por Santa Clara (47 pontos) e Oliveirense (46 pontos). Esta jornada o Beira-Mar defronta o Carregado no seu estádio.
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