O presidente do Sporting da Covilhã, da II Liga de futebol, disse que o clube está "a preparar os alicerces" do seu futuro, referindo-se às obras de requalificação do Estádio Santos Pinto e ao projeto da academia.
José Mendes respondeu desta forma ao desejo manifestado por adeptos de voltar a ver o clube no principal escalão do futebol nacional, no jantar de homenagem à última equipa serrana a subir à I Divisão, há 30 anos.
"Vamos trabalhar, sempre com os pés bem assentes no chão, sempre com a premissa de que os nossos compromissos têm de ser cumpridos. Estamos a preparar os alicerces para um dia, quando chegarmos ao topo, podermos estar lá tranquilamente. Estamos a construir os alicerces para que as coisas nos corram bem", realça José Mendes.
Apesar de enfatizar que é "tremendamente difícil" o Sporting da Covilhã "bater-se com outros orçamentos da II Liga", acentuou continuar a existir ambição e a vontade "de sonhar, mas sendo realistas".
"Não deixamos de ser ambiciosos. Queremos ganhar, mas não vou dizer que vamos subir de divisão quando os orçamentos são completamente desnivelados nesta II Liga", sublinhou hoje o presidente, em declarações à agência Lusa.
Os 15 jogadores do plantel de 1986/87 assistiram à apresentação do livro "História do Sporting Clube da Covilhã 1923-1990", da autoria de Miguel Saraiva, estiveram na apresentação do plantel deste ano aos sócios, numa partida frente ao Desportivo das Aves, que terminou empatada, e terminaram a celebração num jantar num hotel da Covilhã.
"Há qualquer coisa que eles têm no coração que ainda chama por eles. É um feito que jamais esquecerão enquanto forem vivos e nós ficamos satisfeitos por eles voltarem", disse o presidente do clube.
Carlos Xistra, árbitro internacional e sócio dos ‘leões da serra’, morava ao lado do Estádio Santos Pinto e lembrou que passava aí o seu tempo.
"Eu passava os dias a conviver com estes jogadores. Conheço-os a todos e eles todos me conhecem a mim. Vi aqui pessoas que já não via há 30 anos. Fui apanha-bolas, fui adjunto de roupeiro, ajudava no que era possível. Hoje vim para reviver aqueles tempos, estas pessoas e para confraternizarmos", salientou.
Babá, goleador da equipa há 30 anos, afirma ser um feito de que todos se orgulham. Marcelino, antigo defesa, frisa que o melhor da homenagem foi rever antigos companheiros e "matar saudades". Só lamentou não estarem todos os jogadores e não ter sido possível visitar o campo onde jogavam.
Para o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, a promoção à I Divisão "foi motivo, na altura, de grande alegria, de grande regozijo, de grande orgulho em ser covilhanense e em ser adepto do Sporting Clube da Covilhã".
"Hoje, 30 anos depois, ver essas glórias, abraçá-los, homenageá-los, foi motivo de grande prazer", transmite o autarca, que vinca a ideia de que "o Sporting da Covilhã sempre viveu muito ao ritmo da própria cidade, da sua importância, da sua pujança".
Márcia Poeta, líder da claque Leões da Serra, reativada em 2011, ainda não era nascida quando os serranos subiram pela última vez ao principal escalão, no qual militou 15 épocas, mas ouve em casa essas memórias e acalenta o desejo de ver esses momentos repetirem-se.
"Os meus pais falam-me do comboio verde que se organizava para ir ver os jogos, falam-me de o estádio estar sempre cheio, de uma equipa lutadora. A claque tem dois sonhos: um deles é ver o Sporting da Covilhã na I Liga, o outro que volte a existir uma massa adepta como nesses tempos", frisou a presidente dos Leões da Serra.
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