Em entrevista à Agência Lusa, Paulo Futre disse ter seguido atentamente o debate sobre a chamada do luso-brasileiro Deco, mas avisou temer a descaracterização da selecção, caso se continue a apostar em jogadores naturalizados.
"Daqui a 10 anos, talvez não haja um português dentro da selecção, caso se continue com esta política. Eu acho que tem de haver um limite, seja de três ou de quatro jogadores", avisou Paulo Futre, apelando aos responsáveis pela FPF.
Presente no Mundial do México, em 1986, e perto das 50 internacionalizações, Paulo Futre recordou o exemplo da selecção de futsal italiana, formação na qual apenas o guarda-redes é, de facto, nascido em solo transalpino.
"Vamos ter cuidado com isto. Aviso a FPF para colocar já um limite no número de jogadores naturalizados", assumiu.
Apesar da polémica em torno da utilização destes três jogadores, Paulo Futre optou por direccionar a atenção para o Mundial da África do Sul e considerou Portugal um sério candidato ao triunfo final.
"Portugal tem jogadores para ser campeão do Mundo", disse Futre, salientando, contudo, a qualidade dos eternos candidatos, como Espanha, a "selecção a abater", e Brasil.
Admirador profundo do seleccionador português Carlos Queiroz, embora o técnico até tenha estado no Real Madrid, rival do Atlético, Paulo Futre lembrou o percurso difícil no apuramento, mas recordou também as inúmeras críticas feitas durante a fase de qualificação.
"É um homem do futebol, com muita experiência e eu tenho um grande respeito pelo Carlos (Queiroz). A crítica fez-lhe a vida negra, mas ele conseguiu o objectivo. Agora, no Mundial, vamos ver. Mas eu acredito", concluiu Futre.
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