A seleção portuguesa de futebol empatou a zero bolas com a Bélgica em Bruxelas, no penúltimo jogo de preparação antes do Mundial2018. A formação das quinas começou por ser dominada pelos belgas mas foi ganhando confiança com o decorrer do tempo. A equipa de Fernando Santos já não cometeu os erros que fez no empate 2-2 com a Tunísia mas mostrou dificuldades em criar situações de golo. Na quinta-feira, já com Cristiano Ronaldo, fecha a preparação na Luz frente a Argélia.
Se Portugal quer encontrar outras fórmulas para aplicar no Mundial, estes são os momentos certos para experiências. Posto isto, o 'Engenheiro' do Euro2016 optou por uma frente de ataque móvel, formado por Gelson Martins e Gonçalo Guedes, com Bernardo Silva no apoio. A Bélgica de Roberto Martins entrou num 3-4-3 que baralhou Portugal por primeiros minutos.
Este jogo serviu também para colocar um 'travão' nalguma euforia que possa haver, de quem coloca Portugal como candidato a vencer a prova maior de seleções. A mobilidade dos atacantes belgas, aliado a intensidade colocada no meio por parte de Kevin De Bruyne, forma uma 'dor de cabeça' constante para Portugal. Quando Portugal conseguia recuperar a bola, raramente 'engatava' o contra-ataque até porque subia sempre com poucos. E em ataque organizado, só Guedes entre os três centrais belgas era pouco.
Só depois dos 41 minutos do primeiro tempo é que Portugal criou perigo junto da baliza de Courtois. Raphael Guerreiro, Guedes (duas vezes), Bernardo Silva e Moutinho conseguiram sacudir a pressão inicial dos belgas em lances de perigo. No primeiro tempo, a nota de destaque era para a dupla de centrais, formada por José Fonte e Pepe, imperiais a acabar com os ataques contrários, travando o possante Lukaku e os velosos Hazard e Mertens.
Fernando Santos, que passou o primeiro tempo a gritar com os seus jogadores na correção de posicionamentos e movimentos, viu a equipa melhorar muito no segundo tempo. A Bélgica já não entrava no último terço luso com tanta facilidade e Portugal já conseguia ligar o seu jogo até ao ataque, embora falhasse na definição. Exemplo disso foi o remate de Gelson Martins para as 'nuvens', já dentro da área, depois de uma boa jogada entre o sportinguista e Gonçalo Guedes.
A Bélgica, que conseguia desequilibrar tantos nos corredores como na zona central, criava mais perigo pelas laterais, com as subidas de Carrasco (ala esquerdo) e Meunier (ala direito). O lateral do PSG viu Beto negar-lhe o golo aos 65 minutos, numa grande defesa, após jogada de Hazard.
As mexidas feitas pelos dois técnicos - Roberto Martinez da Bélgica e Fernando Santos de Portugal - retirou alguma intensidade ao jogo no segundo tempo.
Quaresma, Manuel Fernandes, André Silva e Bruno Fernandes entraram nos lugares de Gelson, Bernardo, João Mário e João Moutinho. Do lado belga, destaque para Vincent Kompany, que saiu lesionado e poderá falhar o Mundial2018. No último minuto Lukaku e Fellaini (entrou no segundo tempo) ficaram a centímetros de desviar um livre de Kevin de Bruyne para golo.
É verdade que o campeão europeu não contou com Cristiano Ronaldo, Melhor Jogador do Mundo, mas Portugal precisa de melhorar muito mais se quiser atingir os objetivos na Rússia. Falta criatividade na zona intermédia e mais presença na área adversária. Destaque, pela positiva, a atuação de Pepe e José Fonte, provavelmente a dupla de centrais lusos no Mundial2018.
Na próxima quinta-feira, já com Cristiano Ronaldo, Portugal fará na Luz o último jogo de preparação antes de viajar para a Rússia. O adversário é a Argélia de Brahimi e Slimain, que perdeu esta sexta-feira, em casa, com Cabo Verde de Rui Águas por 3-2.
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