O FC Porto venceu esta quarta-feira o Académico de Viseu por 3-0, em partida relativa à meias-finais da Taça da Liga. Os golos de Stephen Eustáquio, Danny Namaso e Bernardo Folha garantiram a quinta presença dos dragões na final desta competição; os portistas irão defrontar o Sporting, com quem já discutiram a conquista deste troféu por duas ocasiões.

Para o desafio diante dos viseenses, Sérgio Conceição resolveu fazer algumas alterações, especialmente no que à frente de ataque diz respeito. Assim, e para além do guarda-redes Cláudio Ramos, habitual nas partidas das taças nacionais, o técnico portista fez alinhar de início Pepê, Verón e Namaso na frente de ataque, com este último a ser apoiado nas costas por Otávio.

Já Jorge Costa mexeu muito pouco no seu onze habitual. A única alteração relativamente à formação que começou o jogo diante do Nacional foi a entrada do alemão Soufiane Messeguem, regressado após ter cumprido um jogo de castigo, para o lugar de Pana.

Dragão entrou com tudo, Viriatos responderam

Na antevisão da partida, Sérgio Conceição afirmou que a equipa preparou o jogo desta quarta-feira como se fosse enfrentar um adversário de Liga dos Campeões. E a verdade é que os dragões entraram em campo exatamente como se de um jogo de 'Champions' se tratasse: máxima pressão e intensidade, não deixando o adversário respirar.

Tal atitude acabou recompensada logo aos sete minutos quando João Mário cruzou na direita para Verón, cujo cabeceamento foi de tal forma fraco que como que apanhou Eustáquio de surpresa, levando o luso-canadiano a marcar o primeiro quase sem querer.

Mesmo em vantagem, os portistas não tiraram o pé do acelerador e continuaram a atacar em busca do segundo. Até metade da primeira parte o FC Porto dispôs de um punhado de boas oportunidades para aumentar a vantagem, esbarrando, ou no poste, ou na voluntariosa defensiva viseense.

Depois de uns primeiros vinte minutos de muito sufoco junto à sua baliza, o Académico foi gradualmente se libertando das amarras onde se encontrara desde o início da partida.

Muito incentivado antes, durante e após o jogo pelos milhares de viseenses que estiveram nas bancadas do Magalhães Pessoa, os Viriatos foram conseguindo chegar mais vezes perto da área adversária, fruto mormente dos rasgos em velocidade de Quizera pela direita ou de Gautier Ott pela esquerda. Todavia, o única real oportunidade surgiu aos 29 minutos graças a um remate de Quizera de fora da área que saiu ligeiramente por cima da baliza de Cláudio Ramos.

Com outra confiança e postura, os comandados de Jorge Costa conseguiram dividir o jogo com o FC Porto até ao intervalo, sem que tal fosse necessariamente sinónimo de lances de perigo junto das balizas.

Jovens dragões fazem a diferença

Na segunda parte o FC Porto voltou a tomar as rédeas da partida, voltando a aplicar uma pressão e intensidade nos duelos semelhante à dos primeiros minutos do jogo. Contudo o Académico nunca virou a cara à luta, mostrando enorme entrega ao longo dos 90 minutos.

Era no meio-campo onde se travavam as maiores batalhas; Uribe, Eustáquio e Otávio do FC Porto contra Toro, Messeguem e Nduwarugira do Académico. Contudo, e ao contrário do que ocorrera no final da primeira parte, os dragões nunca pareceram deixar fugir o controlo do jogo, mantendo o adversário longe da sua baliza.

Ora se a situação parecia controlada pelos azuis-e-brancos, mais controlada ficou a meio da segunda parte; 66 minutos e João Mário, à entrada da área, a servir Danny Namaso que, na cara de Gril, não teve problema em fazer o 2-0.

O segundo golo dos dragões quebrou de certa forma o espírito dos viseenses que ainda procuravam um lance fortuito onde pudessem marcar e relançar a partida. Apesar dos dois golos de desvantagem, os comandados de Jorge Costa continuaram a lutar como se nada tivesse acontecido, apesar de já não apresentarem a mesma disponibilidade física.

A confirmação da vitória portista chegaria ao minuto 79; João Mário (quem mais poderia ser?), cruzou na direita para a entrada da área onde apareceu o recém-entrado Bernardo Folha a rematar de primeira; a sorte sorriu ao jovem dragão já que, após boa defesa de Gril, o suposto alívio de Arthur Chaves acabou por esbarrar no médio e entrar caprichosamente na baliza viseense. 3-0 era um resultado demasiado pesado para aquilo que os Viriatos faziam em campo, e também nas bancadas, onde, independentemente do resultado, os adeptos do Académico se fizeram ouvir ao longo de todo o jogo.

Com triunfo, o FC Porto irá disputar a sua quinta final da Taça da Liga. Os dragões, que ainda não conseguiram levantar o troféu, terão pela frente o Sporting, equipa contra a qual já perderam duas finais da competição.

Já o Académico de Viseu vê interrompida uma série de 20 jogos sem perder, tendo registado ainda o primeiro jogo da época sem marcar golos.

O melhor: João Mário, o lateral 'playmaker'

João Mário é nesta altura um dos jogadores em melhor forma no FC Porto. Depois de ter marcado o golo do triunfo diante do Vitória de Guimarães no fim-de-semana passado, o lateral direito dos dragões esteve na origem dos três golos dos azuis-e-brancos esta quarta-feira. Foi principalmente pela direita que os campeões nacionais furaram a defesa do Académico de Viseu, e muito desse trabalho foi feito pelo camisola 23.

O pior: Procura-se Verón

Sérgio Conceição mudou por completo a sua frente de ataque para o jogo fazendo entrar Namaso, Pepê e Verón. Dos três este último foi aquele que menos deu nas vistas. Numa partida onde os dragões estiveram a maior parte do tempo ao ataque, o brasileiro quase passou despercebido do jogo. Não fosse aquele cabeceamento transformado em assistência para Eustáquio e não se tinha falado dele. Saiu sem surpresa aos 61 minutos.

O que disseram os treinadores

Sérgio Conceição, treinador do FC Porto: "Nós entrámos bem no jogo, o que é demonstrativo do respeito que tínhamos pelo Académico. Tivemos ocasiões para marcarmos mais golos no início, não conseguimos. Queríamos continuar a fazer aquilo que fizemos nos primeiros 10 minutos, ter uma posse mais tranquila para jogarmos em ataque mais apoiado, mas não o fizemos. Ao intervalo pedimos isso e com mais um ou outro pormenor. Permitimos pouco ao Académico de Viseu, que tem jogadores interessantes, na segunda parte".

Jorge Costa, treinador do Académico de Viseu: "Saio muito orgulhoso do que fizemos. Sabíamos que o FC Porto ia entrar forte e o importante nos primeiros minutos não era defender, era atacar para impedir que o FC Porto nos criasse perigo porque este FC Porto é fortíssimo e normalmente resolve muitos jogos cedo. Mas falhámos nessa intenção. Depois aqui e ali faltou mais tranquilidade no último terço para tomar melhores decisões. Ficámos afastados da final, mas este jogo não apaga, só reforça tudo o que temos feito ao longo da época."

Veja aqui o resumo do jogo