O Sporting fez o suficiente para levar de vencida um Mafra que também não soube causar maiores problemas e venceu por 2-0 o conjunto da II Liga, garantindo assim presença nas meias-finais da Taça da Liga, a disputar em janeiro. A turma de Rúben Amorim segue, assim, invicta a nível interno esta temporada e vai lutar por recuperar um troféu que conquistou por duas vezes nas últimas três temporadas.
Frente a um adversário do escalão inferior (e ao contrário do que havia feito para a Taça de Portugal, na passada sexta-feira, contra o Paços de Ferreira), Amorim optou desta feita por mexer - e muito - na equipa inicial. Foram nada mais, nada menos do que dez (!!!) alterações em relação a esse encontro com o Paços (só Tiago Tomás manteve a titularidade). E foram muitos os jovens no 'onze': Maximiano na baliza, Quaresma e Gonçalo Inácio na defesa e Daniel Bragança, Gonzalo Plata e Matheus Nunes no meio campo, para além, claro, do já referido TT. Os 'meninos' de Rúben Amorim acabaram por passar no teste, mas não com nota muito elevada. É que o Sporting só conseguiu lançar-se para a vitória a meio do segundo tempo, e quando do banco já tinham saltado alguns nomes mais consagrados.
O Jogo: Amorim mexeu, mas só quando remexeu tirou dividendos
Com tantas mexidas de uma só vez, era compreensível que o Sporting não apresentasse desde logo a qualidade demonstrada nos últimos tempos. Porém, a verdade é que tirando um ou outro disparo de longe sem a direção certa ou uma ou outra mudança de velocidade mais repentina de um dos tecnicamente dotados jovens que tinha em campo, a turma de Alvalade não criou qualquer perigo nos primeiros 45 minutos.
Efetivamente, Carlos Henriques, guarda-redes do Mafra, não fez uma defesa digna de registo na primeira parte, e só teve trabalho a segurar ou afastar a soco alguns cruzamentos que pingaram para a sua grande área. O Sporting ia dominando, mostrando a mesma ideia de jogo que tem cativado os adeptos nesta primeira metade de temporada, mas sem ser incisivo como noutros encontros, acusando talvez a ausência de muitos dos habituais titulares.
Tabata e Nuno Mendes saltaram, então, do banco para renderem Tiago Tomás e Antunes, mas a segunda parte até começou com um susto para os da casa. Num livre direto, o Mafra tentou surpreender Luís Maximiano (a fazer apenas o seu segundo jogo da temporada) e a bola saí a rasar o poste. Na resposta, porém, também o Sporting quase marcou, pelo recém-entrado Tabata.
Mas foi só quando contava já em campo com a experiência de João Mário (saltou do banco para render Matheus Nunes) que o Sporting acabou, enfim, por chegar ao golo. Sporar até começou por chegar tarde a um cruzamento de Nuno Mendes mas, na sequência do lance, novo cruzamento do jovem lateral esquerdo acabou por resultar num golo (fácil) do internacional esloveno. Estavam decorridos 65 minutos de jogo.
O Mafra acusou o golo e o desfecho da partida ficou sentenciado cinco minutos mais tarde. Arrancada fantástica de Plata pela direita, cruzamento com conta, peso e medida para Tabata e o brasileiro a marcar pelo segundo jogo consecutivo. Triunfo natural dos 'leões', mais fortes, conseguido sem grande brilho, mas com uma exibição 'q.b.', que permitiu descansar alguns jogadores e mostrou que há definitivamente neste Sporting 2020/21 uma solidez, uma segurança, uma confiança e uma dinâmica diferentes do que se viu por Alvalade nas últimas épocas.
O momento: Sporar acaba com a resistência do Mafra (Minuto 65')
As ocasiões de golo que não existiram na primeira parte e surgiram no início do segundo tempo ameaçavam voltar a desaparecer quando, depois de à primeira chegar tarde a uma bola, Sporar aproveitou a insistência do ataque leonino para, após cruzamento de Nuno Mendes, encostar a bola para o fundo das redes. Estava feito o mais difícil: o Sporting ganhava vantagem e arrancava para a vitória.
O melhor: Mesmo com muitas mexidas, Sporting voltou a ganhar...e sem sofrer golos
Foram muitas as novidades introduzidas pelos 'leões' no 'onze'. E a verdade é que, se no seu conjunto, a equipa não deslumbrou, nenhum dos jogadores lançados comprometeu. Longe disso.
Na baliza, Max não teve muito trabalho, mas resolveu sempre bem o que tinha para resolver, mantendo a baliza incólume e mostrando até qualidade no colocar da bola em jogo com os pés (quase fez uma assistência para Sporar. Na defesa, os jovens Quaresma e Gonçalo Inácio cumpriram, ajudaram o Sporting a não sofrer golos pelo segundo jogo consecutivo e até tentaram (sobretudo o Gonçalo Inácio) levar a bola para a frente por várias ocasiões. No meio campo, Daniel Bragança deixou na retina de todos o passe fantástico para Nuno Mendes no lance do primeiro golo e Plata mostrou toda a sua classe no lance do segundo.
O pior: Sporar até marcou, mas...
O esloveno pareceu (novamente) um pouco fora da forma de jogar da equipa. Embora nalguns jogos tenha tido um importante, mesmo sem marcar, pelo papel que desempenha na frente, Sporar continua a não comprovar a 100 por cento ser o avançado de que o Sporting precisa. Acabou com uma 'seca' de cinco jogos sem marcar, é certo, mas na maior parte das vezes em que a bolha chegou a si em posição de finalizar não decidiu bem (e mostrou mesmo alguma atrapalhação, como quando, perto do fim da primeira parte, escorregou na bola já dentro da grande área do Mafra). Mesmo no lance em que marcou, e em que era só encostar, pareceu não tocar bem na bola. Pode ser, contudo, que o regresso aos golos lhe renove a confiança.
Estatísticas e curiosidades
- O Sporting somou o 11º jogo seguido sem perder (9V, 2E). A nível interno os 'leões' ainda não perderam esta temporada e marcaram sempre pelo menos dois golos.
- Os 'leões' vão estar pela quarta vezes seguida na 'final four' e garantiram pela oitava vez na história da competição um lugar entre os quatro melhores da prova.
- Sporar voltou aos golos um mês e meio depois. O esloveno fez o seu terceiro golo da temporada, mas não marcava desde 1 de novembro, quando fechou a goleada ao Tondela. Ao todo, esteve 415 minutos sem fazer o gosto ao pé.
- Rúben Amorim continua na defesa do título que ergueu na temporada passada, ao leme do Braga. Só Jorge Jesus (rei e senhor da Taça da Liga, com seis conquistas - cinco pelo Benfica, uma pelo Sporting) conseguiu vencer a competição por mais do que uma vez como treinador.
As reações
Rúben Amorim: "Estou satisfeito com o resultado e com a exibição"
Daniel Bragança: "O nosso objetivo é ir à procura de ganhar tudo, sabemos que não vai ser fácil"
Filipe Cândido: "Satisfeito com a exibição, triste com o resultado final"
Gui: "Mostrámos que há muita qualidade na nossa divisão"
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