O Sporting sofreu mas acabou por levar de vencida o Arouca por 2-1. Os dois golos de Paulinho deram o triunfo aos leões que assim chegam à terceira final consecutiva da Taça da Liga, ficando agora à espera para ver o que fazem FC Porto e Académico de Viseu na outra meia-final.

Rúben Amorim e Armando Evangelista decidiram fazer algumas alterações nos onzes relativamente aos respetivos jogos do fim-de-semana para o campeonato. Para além das ausências de Francisco Trincão e Luís Neto anunciadas na véspera por Amorim, o treinador do Sporting fez alinhar Ricardo Esgaio na ala direita, relegando Pedro Porro para o banco de suplentes.

Do lado de Armando Evangelista foram cinco as mexidas feitas no onze relativamente àquele que iniciara a partida diante do Portimonense. Thiago, Weverson, Opoku, David Simão e Uri Busquets assumiram os lugares de De Arruabarrena, Mateus Quaresma, Galovic, Arsénio e Soro. Apenas o ataque manteve-se igual àquele que tão boa conta deu diante da formação de Portimão.

Com tanto desperdício o melhor é aproveitar os descontos

O Sporting entrou disposto a chegar cedo ao golo, pressionando alto e com muita intensidade. Já o Arouca mostrava um sistema diferente do habitual com o médio Uri Busquets muitas vezes a recuar e a formar um trio de centrais com Basso e Opoku. Contudo, tal não impediu o Sporting de criar muitas e boas oportunidades no início da partida.

No primeiro quarto de hora os leões criaram um punhado de situações de golo que acabaram desperdiçadas, quer por desinspiração, quer devido à boa exibição de Thiago e dos seus colegas de defesa. Paulinho, Pedro Gonçalves, Marcus Edwards, Nuno Santos, todos eles estiveram perto de marcar, mas o frio parecia ter congelado a capacidade finalizadora dos leões

Num Estádio Dr.Magalhães Pessoa bem composto, os homens de Rúben Amorim não conseguiam encontrar o caminho para o golo que aquecesse a fria noite de Leiria. Contudo os ânimos esquentaram rapidamente nos minutos finais da primeira parte.

Mal sabia Fábio Veríssimo que os dois minutos de compensação que deu se transformariam em oito. Tudo por causa de dois lances quase consecutivos e que ditaram muito do rumo do jogo. Aos 46 minutos os arouquenses conseguiram finalmente aquilo que foram incapazes de fazer durante 45 minutos: sair a jogar; os homens da Serra da Freita aproveitaram uma bola parada defensiva para sair rápido para o contra-ataque e lançar Antony que, numa execução técnica fantástica fez um chapéu ao desamparado Adán, até à altura um mero espetador.

Acontece que o VAR (Luís Godinho), aconselhou Fábio Veríssimo a ir aos monitores; alguns minutos depois, e após ver o lance de todas as câmaras possíveis e imaginárias, o árbitro anulou o golo dos arouquenses por alegada mão de Basso no início da jogada, assinalando livre a favor do Sporting.

Costuma dizer-se que um mal nunca vem só e tal foi mesmo o caso para os arouquenses já que do livre resultou o primeiro golo do Sporting; cruzamento de Nuno Santos, assistência de cabeça de Pedro Gonçalves e Paulinho a finalizar no coração da área para o 0-1, lance que agudizou de sobremaneira os protestos da equipa de Armando Evangelista, e que levou à expulsão de dois membros da equipa técnica.

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Os bravos arouquenses vs 'Paulão'

Com o Arouca em desvantagem e imbuído de um espírito de revolta, seria de esperar uma segunda parte bem diferente da primeira, e assim foi.

Os arouquenses entraram no segundo tempo bem mais estendidos no campo, pressionando mais alto e melhor, algo a que os leões não estavam habituados e que lhes causou muitos transtornos, especialmente na zona intermediária onde Ugarte e Morita tinham agora muito mais trabalho para lutar contra o trio de médios adversário.

A juntar à sua maior agressividade e atitude, o Arouca beneficiou dos brindes de Matheus Reis para se catapultar na discussão do resultado. Aos 55 minutos o defesa brasileiro esqueceu-se do que tinha de fazer e deu o golo de mão beijada a Oday que apenas não o fez porque Adán estava atento.

Todavia o guarda-redes nada pôde fazer três minutos mais tarde quando, após uma trivela de Alan Ruiz (quem diria), Oday voltou a fugir a Matheus, que ainda fez o favor de deixar o palestiniano em jogo, para fazer o empate.

O golo voltou a obrigar o leão a assumir o jogo; enquanto os adeptos do Sporting se perguntavam porque é que Alan Ruiz não fez passes daqueles quando jogava de leão ao peito, Rúben Amorim fazia entrar Porro e Arthur para os lugares de Morita e Esgaio.

A equipa de Alvalade voltou à carga, mas, ao contrário da primeira parte, o Arouca não se mostrou tão passivo e encolhido, criando agora mais dificuldades aos verde-e-brancos em chegar ao seu último reduto. Os arouquenses mostraram que não é por acaso que ocupam o sexto lugar do campeonato.

Os minutos passavam e o cenário das grandes penalidades começava ganhar forma no Estádio Magalhães Pessoa. Mas quem não estava disposto a ir a penaltis era mesmo Paulinho; aos 82 minutos, o avançado surgiu de rompante na pequena área após cruzamento de Nuno Santos na esquerda e desviou a bola do alcance de Thiago para dar a vitória aos leões.

O Arouca ainda tentou enjeitar nova resposta, mas já havia pouco tempo para o fazer; os aroquenses foram tentando aproximar-se da baliza de Adán e criaram alguns calafrios ao adversário. Mérito para a equipa de Armando Evangelista que não deixou o leão confortável e manteve a incerteza no resultado até final.

O momento: Golo anulado e golo sofrido

No primeiro minuto de compensação Anthony viu o seu grande golo ser anulado por alegada mão de Basso no início da jogada. Com o auxílio do VAR, Fábio Veríssimo anulou o golo dos arouquenses e marcou livre para o Sporting; desse livre nasceria o primeiro golo da partida e que colocou os leões a vencer ao intervalo.

O melhor: O Paulinho resolve

Muitas vezes criticado pela sua ineficácia, Paulinho demonstrou alto rendimento ao apontar os dois golos que deram a vitória ao Sporting. Para além do capítulo da finalização, o avançado leonino mostrou muita disponibilidade física e capacidade de luta no meio dos centrais do Arouca ao longo de todo o jogo. Até final ainda procurou o 'hat-trick'. Já são 20 golos na Taça da Liga na carreira do avançado.

O pior: Matheus deu vida ao Arouca

Depois de uma primeira parte tranquila para a defesa do Sporting, o segundo tempo trouxe muito mais trabalho para os homens mais recuados. E aí Matheus Reis mostrou ser o mais desinspirado; aos 55 minutos, uma hesitação quase ofereceu o golo a Oday de mão beijada. E se à primeira o palestiniano não conseguiu, Matheus fez-lhe o favor de, três minutos depois, colocar o avançado do Arouca em jogo para poder chegar ao golo do empate.

O que disseram os treinadores:

Armando Evangelista, treinador do Arouca: É óbvio que o Arouca não teve domínio, mas foi um Arouca que teve uma postura digna, que soube sofrer, chegar e incomodar o adversário. Por isso acho que o que o Arouca fez dignificou o que é a Taça da Liga. Acabámos por sair nesta fase, mas com uma exibição e prestação que não só dignifica a Taça da Liga como o futebol português."

Rúben Amorim, treinador do Sporting: Gostei muito da primeira parte, fizemos tudo o que tínhamos de fazer, menos fazer o golo com a bola à frente da baliza. Fomos para o intervalo a vencer justamente, mesmo com o lance esquisito. Na segunda parte houve o golo do Arouca e depois voltamos a contar conta do jogo, não com tantas oportunidades como na primeira parte, mas somos justos vencedores."

Veja aqui o resumo da partida