O autor do golo do Amarante frente ao Sporting na época 1979/80, Jorge Carvalho, crê que o conjunto ‘leonino’ é hoje um adversário “mais difícil”, ao perspetivar o encontro de sexta-feira, para a Taça de Portugal de futebol.

Titular na receção dos amarantinos aos lisboetas em dezembro de 1979, para a terceira eliminatória da ‘prova rainha’, o antigo médio respondeu ao golo de Jordão e garantiu a igualdade (1-1) que ditou o jogo de desempate no antigo Estádio José Alvalade, com uma goleada ‘verde e branca’ (5-0).

Embora anseie por “uma surpresa” à distância, Jorge Carvalho vinca que o desafio do clube que compete hoje na Liga 3 – é segundo classificado da Série A - é ainda mais hercúleo do que o da equipa que disputava a II Divisão em 1979/80, mesmo após a saída do treinador Ruben Amorim para os ingleses do Manchester United e a entrada de João Pereira, técnico que se estreia precisamente no duelo de sexta-feira.

“Atualmente é mais difícil ganhar ao Sporting. O jogo é em Alvalade. O Sporting está num nível muito elevado, com mudança de treinador. Penso que vai ser difícil, mas só no fim é que sabemos”, disse aos jornalistas no Estádio Municipal de Amarante, na projeção ao jogo de abertura da quarta eliminatória da edição 2024/25 da Taça de Portugal.

Protagonista de uma carreira com experiências no escalão principal, ao serviço do Rio Ave, do Sporting de Espinho, do Portimonense e do Penafiel, o antigo médio estreou-se pela equipa principal do Amarante na época 1977/78, com 17 anos, e tinha 19 quando enfrentou o Sporting, no Campo da Barroca, um recinto ‘pelado’.

Jorge Carvalho lembra “um jogo de verdadeira Taça de Portugal”, com o Amarante pronto a “fazer o melhor possível” no seu ‘campinho’ e o Sporting a sentir “algumas dificuldades no pelado”, um campo “cheio de espetadores”, afetos sobretudo à equipa da casa, e “um golo engraçado” a ditar o empate.

“Foi um golo engraçado. Estive a recordar o golo há uns dias com o guarda-redes do Sporting na altura, o António Fidalgo. A bola desvia no último defesa. Ele vai para um lado e a bola vai para o outro. É um golo de livre”, descreve o ex-futebolista, hoje com 64 anos.

Ainda recordado de “algumas oportunidades de golo” que poderiam ter valido o triunfo e o estatuto de ‘tomba-gigantes’ ao Amarante, Jorge Carvalho admite que a formação ‘alvinegra’ foi incapaz de discutir o jogo de desempate em Lisboa, decidido com golos de Manoel Costa, de Manuel Fernandes, por duas vezes, de Fraguito e de Jordão.

Apesar de ter feito mais golos na carreira, o antigo médio reconhece que esse foi “muito especial”, ao serviço de um clube em que era habitual os jogadores serem “acarinhados pelos adeptos”, circunstância que espera ver repetida na sexta-feira, no embate marcado para as 20:45, no reduto ‘leonino’.

“Sabemos que estes jogos com as equipas ‘grandes’ são sempre muito bons. Temos é de desfrutar disto. O que o Amarante vai ter de fazer é mostrar o seu potencial e desfrutar o melhor possível”, perspetiva.