A decisão da Taça de Portugal entre o FC Porto, vencedor das últimas duas edições, e o novo campeão nacional Sporting deve valorizar o futebol nacional, considerou hoje o antigo guarda-redes internacional luso Beto Pimparel.

“Será uma final extraordinária entre clubes que eu representei e pelos quais tenho muito carinho e amor. Espero, acima de tudo, que possa ser uma excelente propaganda para o final da temporada, após termos tido um campeonato belíssimo e competitivo, e que seja verdadeiramente uma publicidade positiva e um sinal forte da marca do futebol nacional. Esse é o grande objetivo que quero para esta final. Mais do que [saber] quem irá ganhar, que seja verdadeiramente um trampolim para o nosso futebol, até porque precisamos de valorizar a marca do futebol português”, apontou, em declarações à comunicação social.

FC Porto, segundo clube mais titulado da prova, com 19 êxitos, sete abaixo do recordista Benfica, e Sporting, terceiro, com 17, defrontam-se em 26 de maio, a partir das 17:15, no Estádio Nacional, em Oeiras, para a partida decisiva da 84.ª edição da Taça da Portugal.

Se os ‘dragões’ tentam alcançar o único troféu possível em 2023/24, os ‘leões’ tentam a sétima ‘dobradinha’ da sua história, e primeira desde 2001/02, temporada na qual Beto trabalhava com a equipa principal ‘verde e branca’, mas não disputou qualquer encontro.

“Há mais de duas décadas que o Sporting não estava tão perto de chegar a uma ‘dobradinha’. Está perto disso, tal como o FC Porto está perto de conquistar, pelo menos, um título esta época. Há muita coisa em jogo para as duas equipas, mas, acima de tudo, está o prestígio. Os dados estão lançados e ingredientes não vão faltar. Espero que seja verdadeiramente um grande espetáculo para quem o vai ver”, vincou o antigo guardião.

Beto Pimparel, de 42 anos, arrebatou a Taça de Portugal por duas vezes com o FC Porto, nas temporadas 2009/10 e 2010/11, a última das quais sob orientação técnica do recém-empossado presidente do clube, André Villas-Boas, que se impôs a Pinto da Costa, líder máximo ‘azul e branco’ há 42 anos e 15 mandatos seguidos, nas eleições de 27 de abril.

“Desejo toda a sorte do mundo ao André Villas-Boas. À parte de ter sido meu treinador, é um amigo pessoal e, neste momento, é o presidente de um dos clubes pelos quais tenho um carinho absolutamente extraordinário. A única coisa que posso desejar a ele e ao FC Porto é sucesso e sorte. O André Villas-Boas tem capacidade e competência”, observou.

Beto contribuiu para a conquista de três dos quatro troféus festejados pelo ex-técnico no comando do FC Porto em 2010/11, incluindo o campeonato, a Taça de Portugal e a Liga Europa, sendo que foi suplente não utilizado no êxito na Supertaça Cândido de Oliveira.

“Acho que ele já mudou alguma coisa. Aquilo que aconteceu nas eleições revela também um bocadinho da sua credibilidade. Teve uma vitória contundente e isso significa que as pessoas acreditam no projeto, mas sem que se perca mística e ADN. Julgo que o André Villas-Boas vem para fazer do FC Porto um clube ainda com mais sucesso”, reconheceu.

O antigo guarda-redes ‘azul e branco’ (de 2009 a 2012), que juntou duas passagens pelo Sporting (de 2000 a 2004 e na época 2016/17), clube no qual terminou a sua formação, falava à margem da inauguração do primeiro campo do projeto Footpark, que envolve 32 mini-recintos de futebol dirigidos às comunidades, na Senhora da Hora, em Matosinhos.

O evento contou com a presença dos ex-internacionais portugueses Ricardo Quaresma, Diamantino Miranda e Fernando Mendes, do presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, e do líder da Associação de Futebol do Porto (AFP), José Manuel Neves, além das entidades políticas daquele município do distrito do Porto.