Um golo de cabeça do avançado Marocas permitiu hoje ao Vilafranquense, do Campeonato de Portugal, fazer história na quarta eliminatória da Taça de Portugal em futebol, ao eliminar o Paços de Ferreira, da I Liga.
O golo solitário do avançado de 28 anos, aos 77 minutos da partida com os pacenses, carimbou um apuramento histórico para os oitavos de final, igualando um feito do clube escrito em 2003/2004 por uma equipa treinada então por Rui Vitória.
Marocas - a alcunha de Mário Jorge Raimundo Duarte - foi o herói improvável, depois de assinar o seu primeiro golo na competição na época 2016/17. Apesar de ser avançado, Marocas andava ‘divorciado' dos golos, contando apenas um tento em sete jogos no Campeonato de Portugal.
“É o golo mais importante da carreira, porque foi marcado a uma equipa da I Liga e permitiu passar uma quarta eliminatória da Taça. Acho que é de louvar”, afirmou o futebolista aos jornalistas, após a partida.
Marocas pensa que o golo fez justiça ao que o Vilafranquense tem feito: “O grupo merecia já uma vitória destas. Temos feito boas exibições, que não têm correspondido aos resultados. É uma vitória do grupo e estamos todos de parabéns”.
Perante um Campo do Cevadeiro repleto com mais de 1.500 adeptos, o jogador assumiu que a equipa acreditou sempre que “podia fazer Taça”. E a chuva, confessou Marocas, acabou por dar uma ajuda ao ‘estragar' o relvado.
“As condições do relvado não davam para praticar bom futebol, foi mais jogo direto e, se calhar, foi uma vantagem para nós", explicou.
A emoção era grande nos minutos seguintes ao desafio e o avançado dedicou o golo à família, em especial ao seu pai.
“Foi por causa dele que comecei a jogar futebol. Foi um grande profissional. Sigo sempre o exemplo dele e tento pensar nas palavras que ele me transmite todos os dias para em campo dar o meu melhor", contou.
Agora, Marocas segue a máxima de que “o sonho comanda a vida” e pensa em cruzar-se com um ‘grande': "Dentro do grupo, fala-se em passar e apanhar um dos ‘grandes'. Talvez no estádio ainda desfrutávamos mais, mas vamos ver no que dá o sorteio".
O Jamor é, assim, o destino final do sonho do jogador. "Solta-se a piada de agora só parar no Jamor, sim. Mas vamos com calma e logo vemos quem sai a seguir no sorteio”, declarou.
O sentimento de alegria era extensível ao presidente do Vilafranquense, Rodolfo Frutuoso, que enalteceu o mediatismo do feito do clube de Vila Franca de Xira.
“A Taça de Portugal é uma prova que dá muita visibilidade a todos os clubes. A parte financeira é importante, mas não a mais importante. É muito importante para os jogadores, para o clube e para a cidade", explicou.
Sem deixar de lembrar que o clube já defrontou na época passada o Sporting na Taça de Portugal, o líder do Vilafranquense garantiu não estar “preocupado” com a possibilidade de poder jogar novamente com um ‘grande’: "Vamos tentar fazer o melhor e ir o mais longe possível".
Todavia, Rodolfo Frutuoso sublinhou que o efeito da Taça precisa de ser replicado no Campeonato de Portugal, no qual a equipa ocupa apenas o sétimo lugar da Série F.
“No campeonato, não estamos tão bem quanto gostaríamos. Vamos tentar focar-nos agora no campeonato com os pés assentes no chão", frisou.
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