Trinta anos depois, o Rio Ave conseguiu a segunda presença na final da Taça de Portugal em futebol, depois de um percurso sem sobressaltos, "beneficiado" por sorteios favoráveis que afastaram da rota vila-condense os adversários mais temíveis.
O conjunto de Vila do Conde "despachou", nas duas primeiras eliminatórias, o Esperança de Lagos e o Sertanense, aplicando, depois, vitórias por 1-0 caseiras a Vitória de Setúbal e Académica, para, depois, superar, em duas mãos (0-0 fora e 2-0 em casa), o Sporting de Braga, no último patamar antes da final.
Desde o arranque da temporada que um percurso consistente na Taça de Portugal foi traçado como um dos objetivos do técnico Nuno Espírito Santo, antevendo que a ambicionada presença nas provas europeias poderia ser mais facilmente atingida por esta via.
Com esse pensamento, o treinador encarou a prova com ambição máxima desde os primeiros jogos, não poupando as principais figuras da equipa nas primeiras eliminatórias de teórico menor grau de exigência, perante duas equipas dos escalões não profissionais: Esperança de Lagos (fora) e Sertanense (em casa).
Fazendo valer a lei do mais forte, o Rio Ave passou essa primeira fase vencendo por 3-0 os algarvios e por 4-2 o conjunto da Sertã, em resultados que serviram para desanuviar um clima de alguma inconsistência da equipa no campeonato, nomeadamente quatro meses sem vencer em casa.
Os oitavos de final trouxeram o primeiro grande teste da competição aos nortenhos, com um duelo frente ao Vitória de Setúbal, no Arcos, pautado pelo equilíbrio e que apenas foi decidido no segundo minuto dos descontos finais, quando Ukra não desperdiçou uma grande penalidade e fixou o 1-0 final.
O sorteio dos “quartos” também foi favorável para os vila-condenses, que voltaram a jogar em casa, com Académica. Numa noite de temporal, o avançado Braga assumiu-se como a figura da eliminatória, quando aos 77 minutos, aproveitou um mau alívio do guarda-redes Ricardo para apontar único golo da partida.
Superada mais esta etapa, o Rio Ave estava nas meias-finais e o sorteio dava-lhe três possibilidades: Benfica, FC Porto e Sporting de Braga. A sorte sorriu novamente ao conjunto de Nuno Espírito Santo, ao encontrar os “arsenalistas”.
Foi, ainda assim, a verdadeiro teste à consistência do Rio Ave, numas meias-finais a duas mãos que soube ultrapassar, com astúcia, ao explorar alguma instabilidade do pior Sporting de Braga da última década (nono lugar na I Liga).
Na primeira mão, em Braga, os "verde e brancos" mostraram solidariedade e capacidade de sofrimento, com 10 elementos desde os 49 minutos, e arrancarem um empate sem golos, adiando as decisões para o jogo nos Arcos, onde, puxaram de uma exibição de gala para vencer por 2-0, com golos de Rúben Ribeiro e Ukra.
Depois de em 1983/84 se terem estreado no Jamor, com uma derrota frente ao FC Porto, o Rio Ave volta, agora, a marcar presença na final da prova rainha do futebol português, esperando dar sequência pragmatismo da sua prestação na competição esta época, no derradeiro jogo frente ao Benfica.
Ainda assim, aos vila-condenses já saiu a “sorte grande”, pois garantiram pela primeira vez o acesso às taças europeias, no caso a Liga Europa, uma vez que os “encarnados” venceram a I Liga e têm entrada direta na fase de grupos da “Champions”.
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