O Sporting conquistou a 18.ª Taça de Portugal do seu palmarés, erguendo um troféu que lhe fugia desde 2018/19, ao bater o Benfica por 2-1 após prolongamento no Estádio Nacional, quando as águias pareciam ter já o troféu nas mãos. Os leões festejam assim a dobradinha, que lhes escapava desde 2002.

Kokçu marcou, a abrir a segunda parte, para o Benfica, coroando o ascendente das águias no primeiro tempo e o resultado parecia destinado a não mexer até que, no período de descontos, Gyokeres conquistou uma grande penalidade que ele mesmo converteu, levando a decisão para o tempo extra. Aí, Conrad Harder marcou de cabeça o golo da vitória dos leões.

Primeiros minutos divididos e penálti...que não foi

Os minutos iniciais foram divididos, mas com o Sporting a surgir mais vezes perto da grande área contrária, tentando combinações entre os homens da frente. Os lances de perigo eram escassos. A exceção, uma arrancada de Catamo que, pela direita, fugiu a Carreras e já bem dentro da área fez um cruzamento rasteiro que acabou interceptado para canto.

O Benfica respondia com transições rápidas mal recuperava a bola e numa delas, pela esquerda, Kokçu cruzou, a defesa do Sporting cortou e Bruma rematou contra as mãos de Inácio. Luís Godinho, árbitro da partida, assinalou grande penalidade, mas a decisão foi revertida por fora de jogo do lateral espanhol no início do lance.

Águia cresce e Rui Silva brilha

Apesar dessa deceção momentânea, o Benfica continuou a ganhar progressivamente claro ascendente e nos minutos que se seguiram remeteu o Sporting à sua grande área.

Aos 20 minutos, as águias ficaram mesmo à beira de marcar. Bruma aproveitou uma perda de bola de Debast, serviu rapidamente Pavlidis que entrou na área e atirou de pé esquerdo para uma grande defesa de Rui Silva, que com a mão esquerda desviou a bola contra o poste.

Perto da meia hora, com o domínio encarnado a manter-se, o golo voltou a estar à vista para as águias. Bola longa de Samuel Soares, titular na baliza do Benfica, Aktürkoglu conduziu pelo corredor central, abriu em Bruma e este rematou cruzado. Gonçalo Inácio, de forma decisiva, desviou o disparo, mas a bola sobrevoou Rui Silva e quase caiu dentro da baliza leonina.

No canto que se seguiu, outra vez o Benfica a ameaçar, com Pavlidis a cabecear por cima.

Segunda parte abre com o golos, mas só um contou

Nos minutos finais do primeiro tempo o Sporting sacudiu um pouco a pressão, com Gyokeres a fazer o único remate enquadrado dos leões já em cima do minuto 45 e o intervalo chegou mesmo sem golos. Mas o golo apareceu mesmo a abrir o segundo tempo.

Recuperação de bola do Benfica ainda no meio-ampo leonino, na esquerda, Pavlidis abriu em Aktürkoglu, o turco meteu para trás para o compatriota Kokçü que com um pontapé indefensável atirou de fora da área para o fundo da baliza de Rui Silva, fazendo o 1-0 para as águias.

E as águias pensaram ter chegado ao 2-0 logo depois, após nova recuperação de bola, com Pavlidis a isolar Bruma e este a bater Rui Silva. Só que o lance foi invalidado por indicação do VAR, por falta de Carreras sobre Trincão no início da jogada.

Sporting tarda a reagir, mas reage a tempo pelo suspeito do costume

Depois do susto de se poder ter visto a perder por 2-0 o Sporting serenou e tentou reagir. Começou a ter mais bola, mas sem criar perigo. Rui Borges mexeu na equipa, lançando Morita, primeiro, e depois Harder e Quenda, mas os leões teimavam em não conseguir criar lances de perigo.

Bruno Lage também mexeu, tentando aproveitar o maior adiantamento dos verdes e brancos, lançando Renato Sanches,  Schjelderup e Belotti e o italiano ficou perto de dilatar a vantagem encarnada. Valeu ao Sporting Rui Silva a fazer a mancha.

Aos 86 minutos, enfim, o Sporting ameaçou. Harder conduziu a bola em velocidade pelo meio-campo do Benfica e desmarcou Trincão que, em boa posição, rematou muito fraco, de pé direito, à figura de Samuel Soares.

Mas, no último dos dez minutos de desconto concedidos pelo árbitro para compensar as muitas paragens ocorridas ao longo da segunda parte, o Sporting chegou mesmo ao empate. Igual a si mesmo, Gyokeres arrancou em direção à área depois de passar, com classe, por António Silva e foi derrubado por Renato Sanches. Na conversão do consequente castigo máximo, o sueco não perdoou e fez o 1-1, com Luís Godinho a apitar para o fim dos 90 minutos logo a seguir.

Cambalhota completa no marcador no prolongamento

Motivado pelo empate tardio, o Sporting entrou mais forte no prolongamento e acabou por marcar. marcar ao minuto 99. Na sequência do canto, Trincão cruzou com conta, peso e medida e Harder, nas alturas, com um cabeceamento certeiro, bateu Samuel Soares e colocou o Sporting em vantagem.

Era agora a vez do Benfica reagir. As águias remeteram os leões ao seu meio-campo, Bruno Lage jogou a sua derradeira cartada, lançando Di María em campo e o argentino ameaçou a baliza de Rui Silva com um remate de pé esquerdo que saiu ligeiramente por cima.

E, com as águias balanceadas para o ataque, o Sporting chegou ao 3-1 que carimbou o triunfo em cima do minuto 120. Harder, que foi decisivo depois de saltar do banco, assistiu Trincão e este, com muita classe, tocou para o fundo das redes.

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