Sete equipas da I Liga já tinham sido eliminadas, o Benfica só passou nos penáltis e o SC Braga fintou o prolongamento com um golo aos 89 minutos. Seria assim tão surpreendente que (também) o Sporting caísse no seu primeiro jogo desta edição da Taça de Portugal? Olhando para o que aconteceu em Barcelos, casa emprestada do Varzim, a resposta parece óbvia.
Sem Ricardo Esgaio, o principal visado após a derrota com o Marselha, os leões continuaram a mostrar os mesmos problemas. Mesmo com mais bola, não havia soluções para desmontar a organização do adversário – que, importa dizer, não se remeteu apenas à sua defesa – e a equipa de Rúben Amorim terminou a partida sem criar ocasiões flagrantes.
A jogar num 5-4-1, com Onyeka na frente, o Varzim mostrou o porquê de só ter sofrido dois golos até agora na temporada. Os leões raramente conseguiram furar pelo meio, e quando recorriam às alas, os cruzamentos chegavam à área sem qualquer critério, facilitando a tarefa da linha defensiva contrária. Ainda assim, os poveiros foram criando algumas oportunidades – aos 34 minutos Franco Israel evitou males maiores quando Joãozinho apareceu sozinho nas costas da defesa leonina.
Com a entrada de Pedro Gonçalves para a segunda parte, o Sporting pouco mudou. Nuno Santos esteve perto de um golaço de fora da área, mas a equipa continuava previsível no seu jogo. O Varzim acreditava, só que ao contrário do seu oponente, nunca cedeu ao nervosismo perante o avançar do relógio. As ameaças acabariam mesmo por concretizar-se num lance de bola parada, quando faltavam 20 minutos para os 90: livre lateral cobrado na direita, Paulinho falhou o corte e o capitão João Faria estava no sítio certo para emendar.
A festa tomou conta das bancadas do Estádio Cidade de Barcelos, enquanto o Varzim ia sacudindo a pressão sportinguista, que nunca chegou a causar danos. Não obstante o mérito do conjunto de Tiago Margarido, algo vai mal no reino do leão. É a terceira vez que o Sporting é eliminado por uma equipa do terceiro escalão na Taça de Portugal, a segunda nas últimas quatro épocas (em 2019 caíra em Alverca).
O momento
João Faria marca para o Varzim: O Sporting tentava encostar o adversário, mas os poveiros nunca deixaram de tentar incomodar Franco Israel e aos 70 minutos João Faria, na sequência de uma bola parada, bateu o guardião leonino. Depois do livre cruzado para a área, a bola ainda desviou em Paulinho e sobrou para o capitão varzinista, que apareceu solto na área a atirar para o fundo da baliza.
Veja o golo
O melhor
João Faria: Não marcou na Póvoa de Varzim, fê-lo na sua cidade natal. Em Barcelos, o capitão dos poveiros foi o herói do triunfo frente ao Sporting, com um desvio certeiro que permitiu à sua equipa avançar na Taça. Além disso, o central mostrou-se irrepreensível nas tarefas defensivas, sobretudo nos momentos finais, quando era preciso resistir.
O pior
Sporting: Uma das piores exibições da era Amorim, que vai continuar sem o troféu que lhe falta. A equipa leonina já leva tantas tantas derrotas como vitórias esta temporada, mas ontem pareceu ter batido no fundo: frente a um adversário do terceiro escalão, o Sporting pouco ou nenhum perigo criou, o que é dizer muito.
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