O Observatório Europeu dos Media Digitais (EDMO) alertou hoje que o Campeonato do Mundo do futebol reacendeu desinformação sobre os ucranianos serem nazis, mostrando vídeos falsos dos adeptos da Ucrânia a espalharem símbolos nazis.
O relatório “Campeonato do Mundo do Qatar reacende desinformação com a alegação de que os ucranianos são nazis”, concluiu que o evento tem originado desinformação sobre a população da Ucrânia ser nazi, através da divulgação de narrativas várias, uma delas mostrava adeptos ucranianos a desenharam um bigode como o do Hitler na mascote oficial do campeonato do Mundo, no Qatar.
Os verificadores de factos concluíram que estas narrativas eram falsas, usando nos vídeos uma imitação do logótipo da Al Jazeera para dessa forma tentar credibilizar a informação.
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O EDMO, projeto que apoia a comunidade independente que trabalha para combater a desinformação, revela que a percentagem de desinformação sobre a guerra na Ucrânia diminuiu ligeiramente no mês anterior, passando de 22% em outubro para 15% em novembro, provavelmente porque a cobertura noticiosa da guerra diminuiu após a libertação da cidade ucraniana de Kherson.
A maioria das notícias falsas verificadas foram sobre a corrupção na Ucrânia, nomeadamente uma em que se alega que oficiais ucranianos estariam a comprar propriedades na Suíça com o dinheiro enviado pelos EUA como ajuda ao povo ucraniano, ou ainda sobre as armas entregues à Ucrânia, que estariam a ir para mãos criminosas.
As principais ‘fake news’ da covid-19 são geralmente as mesmas do ano passado, apesar de algumas delas estarem relacionadas com a gripe.
O mesmo se aplica à desinformação sobre as alterações climáticas, mas com a informação falsa de que o petróleo regenera mais rapidamente na terra do que quando é extraído.
Foi também hoje anunciado que a União Europeia decidiu prolongar o projeto EDMO com um segundo mandato de mais dois anos e meio, com o objetivo de intensificar os seus esforços contra os crescentes desafios da desinformação, incluindo a guerra na Ucrânia.
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