O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, rejeitou hoje a suspensão que lhe foi imposta pelo Comité Olímpico Internacional (COI), sob a acusação de “discriminação política” e ameaçou com os tribunais.
“Vamos para tribunal. Que [Thomas] Bach [presidente do COI] e o seu ‘gangue’ digam do que sou culpado, por defender o meu país”, comentou o presidente da Bielorrússia, citado pela agência oficial Belta.
Na segunda-feira, o COI suspendeu Lukashenko "de todas as manifestações e atividades do COI, incluindo os Jogos Olímpicos", em resposta à "discriminação política" que atinge os atletas do país.
A posição, anunciada pelo presidente do COI, Thomas Bach, após a reunião da comissão executiva da instituição, responde aos múltiplos alertas de desportistas bielorrussos desde outubro, que se dizem perseguidos pelas suas posições políticas divergentes.
Para o COI, "a direção atual do comité nacional olímpico" da Bielorrússia, presidida pelo próprio Lukashenko, "não protegeu de forma apropriada os atletas contra essa discriminação política".
Ficam suspensos provisoriamente os membros atualmente eleitos da comissão executiva do comité olímpico da Bielorrússia, até que uma nova seja eleita em fevereiro de 2021. O principal sancionado é Lukashenko, mas a medida também atinge o filho, Viktor, que é vice-presidente, entre outros.
O COI suspende também as transferências de fundos, com exceção dos pagamentos ligados à preparação dos atletas para os Jogos de Tóquio e Pequim (inverno em 2022), com as bolsas a serem pagas diretamente aos atletas.
Por outro lado, o COI vai pedir às federações internacionais que assegurem que todos os atletas bielorrussos possam participar nas provas de qualificação olímpica, "sem discriminação política".
Em setembro, a basquetebolista Yelena Leuchanka foi condenada a 15 dias de prisão por ter participado em manifestações contra Lukashenko e, em agosto, mais de 300 atletas de elite, incluindo medalhados olímpicos, assinaram uma carta aberta a denunciar a fraude eleitoral no país.
Hoje, ao rejeitar a suspensão, Lukashenko criticou também o facto de o COI estender as medidas ao seu filho, considerando-as “injustas” e disse não participar há mais de 25 anos em eventos olímpicos.
Um cenário que não é factual, tendo em conta que o presidente bielorrusso esteve nas cerimónias de abertura dos Jogos Olímpicos de inverno de Nagano (1998) e Sochi (2014), e de verão de Pequim (2008).
Comentários